Rio - A menina que chegou ao Rio com apenas 18 anos para ser comandada pela primeira vez por Bernardinho deixou o posto de novata no Rexona-Sesc. De 2012 para cá, a ponteira Gabi cresceu e amadureceu não só na equipe carioca, mas na seleção brasileira, para onde quer voltar em breve e iniciar o ciclo rumo a Tóquio-2020. Enquanto esse dia não chega, Gabi sonha com novas conquistas pelo Rexona, que terminou o primeiro turno na liderança da Superliga feminina de vôlei e enfrenta o Fluminense, nesta segunda-feira, às 19h30, no Tijuca, na estreia no returno.
"Fizemos um primeiro turno positivo. Houve altos e baixos, claro. Tivemos uma única derrota, contra o Osasco, e um crescimento muito grande desde a primeira partida contra o Fluminense", analisa a jovem Gabi.
Ela aproveitou o recesso de fim de ano para viajar para Florianópolis. Já o Ano Novo foi comemorado numa festa no Rio ao lado de várias jogadoras. "Estávamos precisando disso. Vínhamos de uma sequência de jogos muito pesada. Foi muito importante para descansar um pouco. Mas já voltamos com tudo. O calor está muito grande aqui no Rio", comenta a ponteira.
Ao relembrar sua trajetória desde que deixou o Mackenzie, em 2012, para defender o Rexona, Gabi constata sua evolução: "A cada ano que passa vou aprendendo um pouquinho. Antes tinha responsabilidade um pouco menor. Claro que era nova e já carregava uma responsabilidade grande. No primeiro ano, substituí a Logan Tom. Depois, virei titular da equipe. Tem sido muito gostoso para mim, para a minha evolução. Depois de vir para cá, tive oportunidade de me firmar mais na seleção brasileira. Com a saída da Nati (a ponteira Natália), a minha responsabilidade aumentou cada vez mais."
Natália já foi campeã olímpica nos Jogos de Londres-2012, mas na última Olimpíada, em agosto, no Rio, ela e Gabi sofreram com a eliminação do Brasil nas quartas de final para a China, no Maracanãzinho.
"A gente teve um período de folga depois da Olimpíada. Aquela derrota me ensinou muita coisa também. Era minha primeira Olimpíada, foi um momento dificílimo, fiquei muito triste. Lembro que na minha época de folga a minha família falou: 'Você está precisando sair um pouco disso'. O Bernardo se preocupa muito com isso e deu um descanso. Mas logo depois eu queria treinar", recorda a jovem ponteira.
Para ela, é preciso tirar uma lição do que aconteceu, já pensando nos próximos Jogos: "Depois de uma derrota tem que se fortalecer o máximo possível, levar como um aprendizado e é isso que a gente tem que fazer. Espero estar no próximo ciclo. Já estou pensando em Tóquio. Quero aproveitar tudo o que eu aprendi com as jogadoras mais experientes e, quem sabe, estar na Seleção, estar na Olimpíada de 2020 e fazer diferente", completa Gabi.
Técnico do Rexona, Bernardinho diz que é preciso se reerguer e seguir em frente: "Falei até para a Gabi que, na minha primeira experiência olímpica (Moscou-1980), fiquei em quinto lugar. Depois tive excelentes experiências olímpicas. O que você faz? Trabalha, desenvolve e treina."
NA BRIGA DOS CLASSIFICADOS
Rival desta segunda-feira, o Fluminense terminou o primeiro turno em oitavo lugar, com cinco vitórias e seis derrotas. Antes da Superliga, o Tricolor conquistou o Campeonato Estadual em cima do Rexona.
"A nossa campanha no primeiro turno foi boa. O Fluminense conseguiu cinco vitórias, ficou entre os oito (ao fim do primeiro turno), com sete pontos de vantagem sobre o nono colocado e a mesma pontuação do sétimo e do sexto colocados na Superliga, que é um campeonato duríssimo. Viemos da Superliga B", analisa o o técnico do Tricolor, Hylmer Dias. O objetivo é levar o time aos playoffs: "Espero que no segundo turno a gente cresça, continue trabalhando forte para se manter na briga dos classificados."