Mônaco - Com 36 anos e após uma temporada de recuperação, o tenista Roger Federer sabe que está chegando o momento que ele preferia nunca ocorrer: a hora da aposentadoria. Mas o suíço, que ganhou em duas categorias no prêmio Laureus, na terça-feira, garante que só vai pensar em parar quando começar a perder.
"Acho que este tem sido o grande desafio para mim. Simplesmente não deixo esse papo entrar na minha cabeça. Posso ainda ganhar? Então continuo. Enquanto eu acredito verdadeiramente em mim e que eu posso ganhar, eu continuo. Esse é o sentimento que tenho hoje e nunca deixei que algo negativo me abalasse", afirmou o suíço, grande vencedor do prêmio que foi entregue em Mônaco.
Mas ter a cabeça no lugar e saber lidar com a proximidade de uma aposentadoria têm sido um grande desafio para o tenista multicampeão. "Ela (aposentadoria) está batendo na porta, como um martelo, e sei que uma hora isso tudo vai acabar", comentou. "O negócio é segurar a porta e não deixar que isso venha até você. Acho que isso me faz ficar mais forte e saber lidar com essa questão".
Por tudo isso, ganhar o Aberto da Austrália e Wimbledon em 2017 e agora os dois prêmios Laureus fez com que a temporada se tornasse uma das mais marcantes na carreira do suíço. "Foi maravilhoso. Eu pude provar, não que as pessoas estivessem erradas, mas pude provar para mim mesmo e para o meu time, que eu ainda sou capaz", comemorou.
NADAL É LEMBRADO
Roger Federer deu mais uma amostra de que é um esportiva diferenciado não só dentro de quadra. Após vencer duas categorias e se tornar o maior vencedor da história do prêmio Laureus, o suíço mostrou muita personalidade e fez questão de dedicar as conquistas ao rival Rafael Nadal, mas não de forma provocativa. Pelo contrário. O atual campeão de Wimbledon e do Aberto da Austrália disse que o espanhol foi um dos motivos que fez ele se recuperar de lesão e voltar ao topo do tênis mundial.
"O prêmio eu dedico para o meu amigo Rafa. Ele teve um ano inacreditável. Tivemos ótimas batalhas e é por causa de um cara como ele, que eu sinto que me tornei um jogador melhor e trabalhei para me recuperar e voltar bem", disse o suíço, que ganhou o prêmio de melhor atleta masculino do ano e também o de melhor retorno esportivo, em evento realizado em Mônaco, na última segunda-feira.
O curioso é que Federer disputou o prêmio de melhor do ano justamente contra Nadal, além de outros quatro atletas - o português Cristiano Ronaldo e o trio britânico Chris Froome, Mo Farah e Lewis Hamilton. "Ele poderia muito bem estar aqui, no meu lugar, e seria justo. Ele é um jogador incrível e um amigo incrível", falou o suíço, emocionado.
Com os dois prêmios conquistados, Federer assumiu a liderança no ranking do número de troféus do prêmio Laureus. Antes, ele estava empatado com o jamaicano Usain Bolt, ambos com quatro, mas agora abriu a vantagem para seis estatuetas. Anteriormente, o suíço havia sido eleito o melhor atleta entre 2005 e 2008.
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