Rio - Finalistas do Campeonato Carioca deste ano, Botafogo e Vasco protagonizam nesta terça-feira, às 21h, no Nilton Santos, mais um clássico decisivo, mas longe do glamour ou das cifras milionárias de uma disputa de título. Separados por três pontos os cruzmaltinos, com 30, em 17º lugar, e os alvinegros, com 33, em 12º , as equipes lutam pela própria sobrevivência na Série A do Brasileiro.
Em situação mais delicada, o Vasco, que tem 40% de risco de rebaixamento para a Série B, contra 6% do Botafogo, aposta as suas fichas diante do adversário que mais vezes enfrentou na temporada. Em cinco emocionantes clássicos, com 19 gols, no total, venceu dois e perdeu outros três para o Botafogo, então sob a batuta de Alberto Valentim.
Agora, a serviço do clube da Colina, o treinador vê a chance de mudar o curso da equipe na tabela e deixar o Z-4. "As duas equipes precisam da vitória. Se conseguirmos, vamos para o 12º lugar, passando o próprio Botafogo. É um jogo decisivo para os dois", destacou Valentim.
Se o conhecimento do treinador que comandou o Botafogo no título carioca é um trunfo no clássico, Zé Ricardo promete explorar a mesma estratégia. À frente do Vasco, ele não apenas alavancou a equipe do 16º lugar na tabela, como garantiu uma vaga na Libertadores. Depois de 50 jogos, Zé pediu demissão em agosto, justamente após a derrota para o Botafogo, por 2 a 1, em São Januário.
"Sem dúvida (o clássico deveria valer mais), pela tradição... A expectativa é que clubes com esse tamanho briguem em cima, mas essa é a realidade que temos hoje. Estamos nos preparando, e uma vitória poderá dar início à recuperação", disse Zé Ricardo.
Em crise financeira, com dificuldade para manter a folha em dia, Botafogo e Vasco compartilham dramas parecidos e apostam no potencial e criatividade de técnicos jovens, como Zé e Alberto, na esperança de dias melhores. De preferência na Série A.
"Agora estamos do outro lado... Zé é um grande treinador, sempre tem times organizados, compactos e que atacam com o maior número de jogadores. Temos que ao menos igualar e ter personalidade", concluiu Valentim.