Rio - Aos 57 anos, o jóquei Jorge Ricardo, o Ricardinho, não se cansa de vencer. Recordista de vitórias no turfe mundial, com 12.920, ele continua com a mesma vontade de quando começou, aos 16 anos, e segue em busca de novas metas. Além de aumentar a sua marca, o número mágico da vez é o de 13 mil.
"A ideia por agora é chegar a 13 mil vitórias. Se possível, aumentar o máximo que puder até o momento em que resolva não montar mais", afirmou Ricardinho, que amanhã será homenageado no Hipódromo de Chantilly, na França, pelo recorde mundial.
"A homenagem é uma honra. Isso é de uma grandeza e significado muito importante. Acho que ser reconhecido internacionalmente é algo importante e bonito para qualquer profissional", diz.
Inicialmente, Ricardinho dizia que só iria se aposentar quando retomasse o recorde mundial. Isso aconteceu em fevereiro de 2018, no Jockey Club da Gávea, quando superou o canadense Russel Baze (12.844 vitórias). Mas a paixão falou mais alto e o brasileiro continuou competindo nos hipódromos de Buenos Aires, na Argentina, onde mora. E assim aumentou ainda mais a sua marca.
"Tudo na vida é possível, pode ser que um dia alguém consiga bater o recorde de vitórias. Eu acredito que vai ser difícil, ainda mais nos tempos competitivos de hoje. Não é fácil chegar a esse número. Eu nunca imaginei que alcançaria. Acho que vai levar um tempo para alguém chegar nele".
Com sede de vitórias sempre que monta no cavalo, Ricardinho foi o primeiro jóquei a alcançar 10 mil triunfos (em 2008), mas uma queda em 2009 e posteriormente um linfoma o fizeram perder o recorde. Foram sete meses de recuperação do câncer acompanhando o rival canadense Russel Baze abrir vantagem. A disputa particular entre os dois seguiu ferrenha e durou até fevereiro de 2018, quando o brasileiro finalmente ultrapassou o canadense, já aposentado.
"É uma doença que você nunca sabe o que pode acontecer: qual o tempo de recuperação ou como vai ficar depois disso. Mas nunca me passou pela cabeça deixar de correr, e sim superar para voltar a correr e reconquistar o recorde. No momento da doença, eu liderava o ranking de vitórias. Pude voltar, recuperando aos poucos a forma física. Nunca me passou pela cabeça que eu não pudesse voltar a brigar pelas vitórias", disse.
Há 41 anos disputando páreos pelo mundo além do Brasil e da Argentina, já correu no Peru, Uruguai, Chile, EUA, França e Reino Unido , Ricardinho ainda não sabe quando vai parar. Mas admite que o momento está chegando e pode ser no fim deste ano ou no próximo.
"Ainda não estipulei o tempo. Eu me sinto muito bem e em forma. Sei que vai chegar o momento. Não sei dizer se é esse ano ou no próximo, estou vendo conforme o passar dos meses, mas vai chegar a hora de dizer 'basta'. Vai ser um dia triste. Se eu pudesse continuaria por toda a minha vida", revelou o jóquei, que resumiu o porquê de ainda estar montando e competindo.
"O que me move a seguir é o amor pela profissão, a paixão pelo esporte. Enfim, é o que eu gosto de fazer. Como eu sempre digo, um dos dias mais tristes da minha vida será quando eu parar de competir", completa.
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