Corinthians conquistou o Mundial de 2012 - Divulgação
Corinthians conquistou o Mundial de 2012Divulgação
Por ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - O juiz Luis Fernando Nardelli, da 3.ª Vara Cível de São Paulo, acatou o pedido do Instituto Santanense e determinou nesta quinta-feira a penhora da taça do Mundial de Clubes de 2012 do Corinthians. A entidade cobra uma dívida de R$ 2,48 milhões.

O presidente corintiano, Andrés Sanchez, concedeu entrevista coletiva também nesta quinta-feira e ironizou a decisão judicial "Pelo menos o Corinthians tem taça de Mundial, duas, para penhorar, né? Temos terrenos, ônibus, carros, patrimônios, mas quiseram a taça do Mundial, é provado que o Corinthians tem dois Mundiais, e quiseram isso", disse.

O clube tem o direito de recorrer da decisão. Por enquanto, o Corinthians continua com a posse da taça, mas não pode vendê-la. Andrés Sanchez explicou que o processo corre há muito tempo na Justiça. No dia 22 de outubro, houve uma outra decisão favorável ao Instituto Santanense, que penhorava parte do prêmio que o Corinthians receberia pelo vice da Copa do Brasil. No entanto, a decisão chegou ao clube um dia depois de a CBF ter pago o valor integral.

"É um processo que corre desde 2005 ou 2006, não lembro. Era uma faculdade que tinha no Parque São Jorge, teve um rompimento, as duas partes entraram na Justiça, tanto a faculdade quanto o Corinthians. Eles têm a receber e nós também. Estamos há dois meses negociando um acordo, estava bem adiantado, mas infelizmente os advogados queriam uma nota midiática e fazer esse negócio da taça", prosseguiu Andrés Sanchez.

O Instituto Santanense entrou na Justiça para cobrar um dinheiro referente ao rompimento de uma parceria. O combinado inicial era o Corinthians ceder parte do Parque São Jorge para que a universidade oferecesse aulas de Educação Física. O contrato foi quebrado por parte do clube, que arrendou o mesmo espaço a uma igreja.

Em setembro, houve uma audiência para tentar um acordo, mas não deu certo. Na ocasião, a universidade pedia R$ 4,1 milhões. O Corinthians cobra da universidade também uma dívida anterior, de 2008, referente ao patrocínio acertado e que não foi pago. O clube pede R$ 1,2 milhão.

PERTO DE ACORDO

Depois de Andrés Sanchez conceder entrevista coletiva e dizer que foi uma atitude midiática o pedido da penhora, o diretor de marketing do clube, Luis Paulo Rosenberg, e Paulo Linhares, pró-reitor administrativo do Instituto Santanense, fizeram um pronunciamento no CT Joaquim Grava, em São Paulo, para explicar que clube e entidade estão próximos de um entendimento.

Rosenberg relembrou o histórico da confusão judicial, que começou por volta de 2005, na gestão do presidente Alberto Dualib. Na ocasião, o clube rompeu um contrato que cedia parte do Parque São Jorge à Unisantanna. "A universidade foi buscar seus direitos e nesse caminho teve problemas financeiros. Encontrou um grupo sólido que adquiriu a universidade. Tão logo nossa gestão assumiu, esse novo grupo procurou o Corinthians dizendo que o intuito deles era crescer em São Paulo, ter participação na zona leste, e que viam com bons olhos a associação ao Corinthians", disse.

A briga judicial, segundo Rosenberg, aconteceu em paralelo a essa conversa entre as diretorias. "Como os ritos jurídicos têm suas normas, justamente agora que estamos perto de um entendimento extremamente vantajoso para a universidade e para os jovens da região, tivemos esse incidente", justificou.

Por fim, o presidente de marketing corintiano não perdeu a oportunidade de provocar os torcedores palmeirenses. "Eles vieram aqui tranquilizar a família corintiana que não há nenhuma intenção de se valer de um momento como esse para resolver uma pendência jurídica. Tenho que transmitir aos torcedores que não têm Mundial que não vai ter como comprar a taça do Corinthians"

Do lado da universidade, Linhares seguiu a linha amistosa. "Tivemos uma excelente reunião, daqui para frente, vai ser uma nova história da Unisantanna, não tivemos em nenhum momento o intuito de desrespeitar o clube. Essa questão jurídica agora vamos cuidar não de remoer o passado, mas sim tranquilizar a todos e dizer que daqui para frente esperamos uma nova história", afirmou.

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