Rio - O calendário do futebol brasileiro poderá passar por mudanças em 2020. De acordo com o blog do Rodrigo Mattos, no portal "UOL", a Rede Globo estaria estudando uma modificação para aumentar as receitas com o pay-per-view. Os Estaduais, considerados pouco atrativos para o público, podem ser reduzidos.
De acordo com as informações do blog, o movimento da emissora teria a resistência das federações estaduais. Uma comissão pela CBF estaria sendo feita para discutir o calendário para 2020, que analisaria redução dos Estaduais. No entanto, até agora os trabalhos estariam estagnados.
Em sua maioria comprados pela Rede Globo, os Estaduais se estendem de janeiro ao final de abril, enquanto isso, o Brasileiro se inicia em maio. Na TV Aberta, os Estaduais entrariam no pacote do ano e teriam que proporcionar de 90 a 100 dias com transmissões de futebol no canal. Na TV Fechada, a SporTV segue recebendo dinheiro de assinantes durante esse período.
De acordo com as informações, o Pay-Per-view que seria a principal aposta de crescimento de receita da emissora. Estima-se que o valor a ser ganho com o produto gira em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. A questão é que esses ganhos estariam sendo bastante impactados pelos Estaduais.
Um número significativo de assinantes do pay-per-view estariam mantendo seu pacote de maio a novembro ou dezembro, mas haveria uma debandada em massa em dezembro e em geral o retorno só se dá depois dos Estaduais.
Em contraponto, os presidentes de federações temeriam que a emissora encerrasse os investimentos nos Estaduais. Sem ela, os dirigentes sabem que as competições se tornariam inviáveis financeiramente. Por isso, há a comissão formada pela CBF para discutir o assunto. Só que até agora a discussão está parada já que os presidentes de federações não gostam da ideia de reduzir suas únicas competições com a alegação de que isso vai matar a formação de talentos em times pequenos.
Uma discussão nos bastidores do poder do futebol tem se desenrolado em torno da mudança de calendário do futebol brasileiro. A Globo é a principal força do mercado que defende a reforma e tem um motivo: aumentar as receitas com o pay-per-view que é sua principal aposta para o futebol. Pouco atrativos para o público, os Estaduais provocam quedas na arrecadação do pacote global, segundo apurou o blog.
Ressalte-se que o movimento da emissora sofre resistência das federações estaduais. Foi instituída uma comissão pela CBF para discutir o calendário para 2020, que analisaria redução dos Estaduais, mas até agora os trabalhos estão estagnados.
Para entender o cenário, é preciso explicar como funciona o atual modelo de competições e seu financiamento pela televisão. Em sua maioria comprados pela Globo, os Estaduais se estendem de janeiro ao final de abril. Reservam as principais datas de final de semana e só tem clássicos que valem em poucas delas. Enquanto isso, o Brasileiro se inicia em maio.
Pois bem, a Globo tem três plataformas para ganhar dinheiro. Na TV Aberta, é com publicidade e os Estaduais entram no pacote do ano e têm que proporcionar de 90 a 100 dias com transmissões de futebol no canal. Na TV Fechada, a Sportv segue recebendo dinheiro de assinantes durante esse período.
O problema é o Pay-Per-view que é hoje a principal aposta de crescimento de receita da Globo. Estima-se que o valor a ser ganho com o produto gira em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. A questão é que esses ganhos são bastante impactados pelos Estaduais.
Como isso ocorre? Um número significativo de assinantes do pay-per-view mantém seu pacote de maio a novembro ou dezembro, exatamente no período do Brasileiro. Há uma debandada em massa em dezembro e em geral o retorno só se dá depois dos Estaduais.
Explica-se: os regionais não sustentam a atenção do torcedor para jogos de outros times. Um cruzeirense não se interessa por jogos do Corinthians, e o inverso é verdadeiro. Para ter um número reduzido de jogos de seu time que valem, o assinante vai embora e volta depois. Além disso, o período coincide com jogos de alta relevância no mercado europeu – fases decisivas da Liga dos Campeões, Espanhol, Inglês – que concorrem pelo torcedor.
Na avaliação da Globo, está claro que o problema seria sanado se a competição mais nobre que é o Brasileiro fosse estendido por dez meses da temporada. Com o Nacional em curso, os torcedores se interessam por um grande número de jogos em um produto mais atrativo.
A Globo está investindo pesado no pay-per-view, agora com transmissões com pacotes online dissociados do pay-per-view. Segue uma tendência do mercado mundial onde o torcedor migra cada vez mais de pacotes variados de TV Fechada para pacotes específicos online no estilo Netflix.
Em contraponto, os presidentes de federações sabem que há um problema e tem um temor de que a emissora pare de investir nos Estaduais. Isso é motivo de discussão constante entre eles. Sem a Globo, os dirigentes sabem que as competições se tornam inviáveis financeiramente. Por isso, há a comissão formada pela CBF para discutir o assunto.
Só que até agora a discussão está parada já que os presidentes de federações não gostam da ideia de reduzir suas únicas competições com a alegação de que isso vai matar a formação de talentos em times pequenos. Há resistência até em diminuir a participação dos grandes nos regionais. Sustentada politicamente pelas federações, a CBF não se mexeu ainda apesar de saber que são necessárias mudanças para 2020.
Em resumo, é a vontade do consumidor de futebol brasileiro (ou do torcedor) ao boicotar os Estaduais que têm proporcionado uma chance de mudança no calendário atual.