Marcelo de Lima Henrique marca pênalti a favor do Fluminense após consulta ao VAR: polêmica no Carioca -  CELSO PUPO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Marcelo de Lima Henrique marca pênalti a favor do Fluminense após consulta ao VAR: polêmica no Carioca CELSO PUPO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Por Yuri Eiras

A cena está se tornando corriqueira no futebol carioca: o árbitro, parado, tenta controlar os ânimos dos jogadores que ficam ao seu redor, enquanto aperta o fone no ouvido para tentar receber a decisão que vem de cima. O Árbitro de Vídeo (VAR) foi o protagonista nas semifinais da Taça Rio, principalmente no Fla-Flu, mas também no Vasco e Bangu, e tudo indica que voltará a ser assunto na final de amanhã, entre Flamengo e Vasco. A bola rola — ou vai tentar rolar —, a partir das 16h, no Maracanã. 

Para o ex-árbitro Carlos Eugênio Simon, hoje comentarista dos canais 'Fox Sports', o VAR é como seguro de vida: importante ter, mas é bom evitar que se use. "O Árbitro de Vídeo é ideal para lances decisivos. O lance do impedimento do Bangu, por exemplo, na quinta-feira, não tem erro. Mostrou, está impedido, é objetivo", explica o ex-juiz. "Eu acho que o VAR veio para ficar, e é o melhor amigo dos árbitros. Mas, temos que ser muito bem treinados. É uma ferramenta nova".

O comentarista de arbitragem, que apitou em duas Copas do Mundo, acredita que a tecnologia ainda não tenha sido explicada para os jogadores, nem mesmo para o árbitro. Por isso o tumulto em todo e qualquer lance duvidoso. "Eu acho que no mínimo uma palestra por um responsável da arbitragem para explicar bem para os jogadores e para os técnicos. A confusão está demais", critica. A Federação de Futebol do Rio (FFERJ) entrou em contato com a reportagem para dizer que a Comissão de Arbitragem de Futebol do Rio (COAF) procurou os quatro clubes semifinalistas para palestrar sobre o árbitro de vídeo. Flamengo e Fluminense agradeceram e disseram que já haviam realizado um esclarecimento, enquanto Vasco e Bangu não se pronunciaram a tempo. A entidade disse ainda que no clássico deste domingo, entre Flamengo e Vasco, o monitor do VAR ficará do lado oposto ao do banco de reservas, para evitar confusão com as comissões técnicas.

Para Simon, os jogadores têm que cooperar. "O futebol é um jogo de contato. Em câmera lenta até beijo de avó é agressão", brinca. No clássico de quarta-feira, o VAR foi acionado ainda no primeiro minuto de jogo, em um gol do zagueiro tricolor Léo Santos. O árbitro Marcelo de Lima Henrique interpretou como falta. Simon discorda: "Na minha opinião, foi mal anulado. A decisão demorou quatro minutos e 45 segundos".

O retrospecto entre Vasco e Flamengo é marcado pela rivalidade, e até por isso várias polêmicas entraram para a história do clássico. A final do Estadual de 2014 ficou marcada pelo gol de Márcio Araújo, que estava em impedimento, mas foi validado pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique.

Em outro clássico entre as duas equipes, o vascaíno Douglas marcou um gol de falta, mas o auxiliar de linha de fundo não viu que a bola entrou — ela bateu no travessão e caiu muito atrás da linha de gol. "Se tivesse VAR, aquele árbitro teria dado gol. Com a tecnologia atual, esses árbitros adicionais deixarão de existir", acrescenta Simon.

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