Tyson Fury  - Reprodução
Tyson Fury Reprodução
Por iG
Estados Unidos - Quem viu a descontração que Tyson Fury demonstrou no evento de boxe promovido no último sábado (15), em Las Vegas (EUA), dificilmente conseguiria imaginar que há menos de três anos, quando estava no auge da carreira profissional, o pugilista havia desistido da vida.
Em entrevista concedida no final de 2018 ao podcast 'The Joe Rogan Experience', o peso-pesado britânico Tyson Fury revelou que após derrotar Wladimir Klitschko em 2015 e conquistar três cinturões mundiais, ele teve depressão e pensou em atirar a sua Ferrari da ponte a mais de 300 km/h.
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Vestido como Apolo Creed - personagem eternizado no cinema com a saga 'Rocky' -, Fury nocauteou Tom Schwarz no segundo round, manteve a invencibilidade e homenageou a namorada com a canção 'I Don't Wanna Miss a Thing', da banda Aerosmith. Ainda no ringue e com as luvas nas mãos, o peso-pesado britânico pegou o microfone e cantou de frente para a amada, para delírio dos fãs presentes no Hotel Cassino MGM.

Instantes antes, Fury já tinha usado o mesmo microfone para dizer que deve enfrentar Deontay Wilder novamente em 2020, em busca do cinturão do Conselho Mundial de Boxe (WBC) - em dezembro de 2018, Tyson empatou com o americano após um equilibrado duelo. E esse desejo de fazer frente aos melhores do mundo é a grande prova de que ele está recuperado dos problemas emocionais.

Nessa mesma entrevista em que revelou os pensamentos suicidas, o inglês contou que nada mais o satisfazia. "Certo dia, me perguntei por que acordei naquela manhã. Tinha dinheiro, fama, glória, mulher, família, filhos, tudo. Mas sentia que não tinha nada, apenas um buraco vazio cheio de desgraça e melancolia", lamentou na ocasião,apontando para o período em que passou a abusar do uso de álcool e cocaína.

O caso de Fury, infelizmente, está longe de ser único no esporte. A jogadora de futebol Cristiane, que já conquistou duas medalhas olímpicas e atualmente está na França junto com a seleção brasileira para a disputa da Copa do Mundo 2019, recentemente revelou que a depressão a fez pensar em abandonar o time canarinho.

Outros dois atletas vitoriosos a tornarem pública a dificuldade de lidar com essa doença foram o ex-atleta do Corinthians e Internacional, Nilmar, além da jovem revelação do tênis Marcelo Zormann, que já conquistou o título de Wimbledon nas duplas e, assim como Tyson, também deixou de ver sentido no esporte quando vivia o melhor momento da carreira.

Com quatro vitórias desde que retornou aos ringues, em junho de 2018, Tyson agora irá em busca dos cinturões dos quais teve que abdicar em 2016 para buscar tratamento. Na ocasião, ele tinha em mãos os títulos mundiais dos pesos-pesados da Federação Internacional de Boxe (IBF), Organização Internacional de Boxe (IBO) e Associação Mundial de Boxe (WBA) e, ainda assim, pensava em desistir da vida.

Atualmente sem títulos, o britânico Tyson Fury demonstrou alegria contagiante após a exibição do último final de semana - prova de que fama e reconhecimento não necessariamente resultam em felicidade.