Para matar a saudade: Maracanã reencontra seleção brasileira depois de seis anos
Apesar de fazer parte da história da Amarelinha, estádio não recebe um jogo desde 2013
Profissional de TI, Renan Herdy quer ver a seleção brasileira praticando um bom futebol na final da Copa AméricaDaniel Castelo Branco
Por Yuri Eiras
Rio - É como se arrumar para receber uma visita que nunca chega. O Maracanã teve arquitetura e desenho modificados para a Copa do Mundo de 2014. A arquibancada até ganhou um mosaico com as cores da bandeira, mas a camisa amarelinha quase nunca deu as caras por ali. Desde a reforma, o Brasil só atuou duas vezes no estádio, apenas uma num jogo oficial, ambas em 2013. A primeira, no amistoso de reinauguração com a Inglaterra, e, a segunda, na final da Copa das Confederações, contra a Espanha. Domingo é dia de o povo carioca matar a saudade.
Afinal, entre dores e delícias, parte da história da seleção brasileira temo Maracanã como cenário, da trágica final contra o Uruguai, na Copa do Mundo de 1950, à alegria da decisão olímpica— vitória sobre a Alemanha nos pênaltis —, em 2016. Desde então, o 'Maior do Mundo' não recebeu mais nenhum joguinho. Nem Eliminatórias para a Copa do Mundo, nem amistoso. Será reflexo da crise financeira e de identidade que vive o estado?
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"O Rio de Janeiro está passando por um momento de recessão. Justamente por isso, acho que os torcedores esperam muito essa vitória no domingo, para extravasar. Mas tem que ganhar bem. Gostamos de ser convencidos pelo bom futebol da Seleção. Caso contrário, vai ter cobrança", avisou o torcedor Renan Herdy, 31 anos, que vestia orgulhoso a Amarelinha um dia após a vitória sobre a Argentina.
"O povo carioca é muito exigente.Até porque é uma cidade ativa politicamente. É diferente do público de Brasília ou de Manaus, por exemplo, onde não tem times tradicionais. Lá, tudo é festa e a torcida não vaia. O público daqui quer ver futebol bem jogado. Pode ser que em caso de derrota a gente queira desabafar tudo na seleção brasileira", alertou o profissional de TI, que ainda tenta comprar ingresso para assistir à decisão.
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César Moraes, comerciante, foi trabalhar de camisa e boné do Brasil no dia seguinte à vitória sobre a Argentina. Muito confiante, ele já projeta como será o clima da final no Maracanã, seis anos depois. "A recepção vai ser boa. Não vai ter vaia. Vamos jogar para a frente, o adversário ficará recuado. Acho que o título está na mão", previu. "Pena não ter nenhum jogador de clubes do Rio. Ultimamente, a maioria só briga para não cair".
Aguardada há anos, a visita da Seleção ao Maracanã está marcada para as 17h de domingo. Que seja uma tarde feliz, com direito a troféu no fim.