Por O Dia

As unhas grandes e pintadas mostram que Pamela Rosa não deixa a vaidade de lado. No cordão, um pingente de Nossa Senhora Aparecida, também tatuada no antebraço direito, deixa bem clara a devoção da skatista que se tornou uma das melhores do mundo. Nas roupas e nos calçados, a marca de uma grande patrocinadora esportiva mostra por que a atleta, com apenas 20 anos, é uma grande referência no que faz. Campeã mundial de street neste ano em São Paulo e líder do ranking olímpico, Pamela é uma grande promessa de medalha do Brasil na estreia do skate nos Jogos, em  Tóquio-2020.

"Com certeza, esse é um dos melhores anos da minha carreira, ainda mais porque em 2019 os campeonatos estão marcando pontos para a Olimpíada. Estou muito feliz", conta Pamela, que chegou ao Rio na semana passada para a disputa do Oi Stu Open, na Praça Duó, na Barra da Tijuca. A inclusão da modalidade no programa olímpico é festejada, mas com uma preocupação: "É bom ver o crescimento do skate, mas sem que a essência se perca".

A inspiração para Tóquio vem da amiga Rafaela Silva, ouro no judô na Rio-2016: "A gente conversa bastante, mas tentamos tirar o foco do esporte. Mas claro que ela é uma inspiração, já vi a medalha dela".

Pamela tinha apenas 16 anos quando foi campeão nos X-Games de Oslo, na Noruega. Com sua fé inabalável, já deixou seu skate na sala de promessas da Basílica de Aparecida e, sempre que entra na pista, pede proteção para que ninguém se machuque. São-paulina fanática, ela esteve no CT da Barra Funda logo após a conquista do título mundial, em setembro, e recebeu uma camisa personalizada de Daniel Alves. 

Sua carreira começou de forma inusitada, quando ela pegou o skate de um amigo da irmã e começou a andar. A partir daí, a menina que morava no bairro Jardim Cerejeiras, em São José dos Campos (SP), pediu para a mãe, Evânia, ganhar um skate. A mãe pegou o dinheiro da água e da conta de luz para realizar o sonho da filha. Agora, com a carreira estabilizada e o status de um dos maiores nomes da modalidade, Pamela não esquece de como começou: "Graças ao skate, pude ajudar a minha família. Mudou muita coisa, mas eu sou a mesma de sempre".

 

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