Lico na época em que defendia o time do Flamengo - Arquivo O Dia
Lico na época em que defendia o time do FlamengoArquivo O Dia
Por Fernando Faria

Habilidoso e versátil, o catarinense Antônio Nunes, o Lico, chegou ao Flamengo vindo do Joinville para jogar de meia. Já estava perto dos 28 anos. Num elenco cheio de estrelas, buscou um lugar no time titular mais famoso da imensa história do Flamengo, o supercampeão de 1981. Tinha como armas o poder de se adaptar a várias funções e o fino trato com a bola. Assim escreveu seu nome, conquistando títulos inesquecíveis, como o do Mundial de Clubes e o da Libertadores, além de dois Brasileiros e de um Carioca. Aos 68 anos, após experiências como técnico e diretor de futebol, curte os netos e as ótimas memórias do passado. 

O DIA: Como vê o Flamengo de volta à decisão 38 anos depois?

LICO: Vejo o time pronto para ser campeão. Mas o jogo contra o River Plate será muito difícil, certamente. Os dois times têm um belo futebol e será uma disputa muito acirrada. Ambos podem desequilibrar pela técnica e habilidade. 

Num duelo como esse o que é mais importante na hora decisiva?

É preciso ir além da técnica e da garra. É fundamental ter equilíbrio emocional, segurança para jogar uma partida decisiva.

O estilo do River Plate dificulta ou favorece o jogo do Flamengo?

Acho que dificulta muito. O time marca bem, os jogadores são rápidos. Vivem um momento muito bom, tem experiência em finais. O Marcelo Gallardo é experiente e ótimo técnico. 

É um time bem diferente do Cobreloa, do Chile, que vocês derrotaram na decisão da Liberta de 1981?

O Cobreloa era só força, pouca técnica. Bateram muito na nossa equipe, mas tinham pouco futebol. O jogador hoje é mais protegido, tem câmeras para todo lado, isso facilita o talento e evita a violência. Naquela época era muito diferente.

O time atual do Flamengo encaixou como o de 1981?

Tem semelhanças com o nosso. A movimentação é constante, no meio e no ataque, o que confunde a marcação. Isso é o mais parecido. Na época em que jogávamos, os adversários eram bem mais fortes. Todos os times tinham grandes jogadores, o que não acontece hoje. O Flamengo é muito superior à maioria dos adversários. 

E como você avalia o trabalho de Jorge Jesus?

É um técnico inovador, inteligente, o time trabalha a bola, com movimentação e muita intensidade. O mérito do Jorge Jesus é enorme. Ele expôs sua filosofia e, se quiser uma vaga no time, todo mundo tem que trabalhar. O time de 1981 era mais na base do talento.

E quem é hoje o grande jogador do Flamengo?

Jesus é o grande jogador do Flamengo e Gallardo, o craque do River. São fundamentais no trabalho duas duas equipes. 

Como o Lico vai ver o jogo de sábado?

Na expectativa de um grande espetáculo, de muita técnica. Vou comentar a partida para um canal de TV.

 

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