Fora da área, Fernando Miguel se antecipa a Fernando Pacheco e alivia o perigo - fotos Daniel Castelo Branco
Fora da área, Fernando Miguel se antecipa a Fernando Pacheco e alivia o perigofotos Daniel Castelo Branco
Por ALYSSON CARDINALI

O futebol brasileiro deveria estar de quarentena. Com a pandemia do coronavírus se alastrando pelo mundo, o Campeonato Carioca agoniza e sente os efeitos de um Maracanã sem público, o que se viu no clássico entre Vasco e Fluminense, ontem, pela terceira rodada da Taça Rio. A vitória tricolor por 2 a 0, em duelo de poucas emoções, serviu para manter o time de Odair Hellmann na liderança do Grupo B e praticamente eliminar o Cruzmaltino da luta pelo título. Mas o torcedor saiu perdendo.

O clima sorumbático e o silêncio quase sepulcral no estádio, parecem ter contagiado os jogadores, que deram a impressão de não terem um antídoto para a total falta de inspiração em campo. O Vasco até começou um pouco mais ligado que o adversário e criou duas chances de abrir o placar, em finalizações perigosas de Marrony, aos 11, e Raul, aos 27 minutos. Pouco para quem precisava fugir da crise.

Quando Evanilson fez 1 a 0 para o Fluminense, aos 28 minutos, deu a impressão de que o duelo, enfim, teria alguma emoção. Mas a bela finalização do camisa 9, ao encobrir Fernando Miguel e marcar seu sétimo gol em 13 jogos, após lançamento de Nenê, lembrou alucinação de um enfermo ardendo de febre. O que se viu (pela televisão), foi o surto de mediocridade que afeta o Estadual do Rio.

No segundo tempo, o Vasco pareceu ter tomado uma injeção de ânimo, no vestiário, em busca do empate, mas esbarrou na falta de talento para balançar a rede. Já o Fluminense, anestesiado, se limitava a conter as investidas do rival. Com o tempo, a equipe de Abel, tensa e cansada, mostrou não ter mais anticorpos para se manter sã e defender a invencibilidade de três anos sobre o Tricolor.

Melhor para o Fluminense, que, embora tenha praticamente abdicado do ataque, não sofreu para conter as raras investidas vascaínas e quebrar o incômodo tabu. Diante da inércia adversária, o Tricolor ainda chegou ao segundo gol. Aos 42 minutos, o peruano Fernando Pacheco aproveitou rebote de bola na trave em chute de Caio Paulista e, de cabeça, decretou o 2 a 0 no placar.

O primeiro gol do camisa 16 em oito jogos pelo Tricolor manteve o Fluminense na liderança isolada no somatório geral de pontos do Campeonato Carioca, dois a frente do Flamengo (24 a 22).

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