A ONG Craques da Vida, idealizada por Franklin Ferreira, tem sido uma porta de entrada para o futebol na Vila Aliança Bruno Feijão
Por Danillo Pedrosa
Publicado 26/06/2020 00:00 | Atualizado 26/06/2020 19:27

'Se não consigo mudar o mundo, posso pelo menos mudar a minha comunidade'. Impulsionado por esse pensamento, Franklin Ferreira decidiu criar a ONG Craques da Vida, que há 23 anos - a completar na próxima segunda-feira - vem mudando a realidade de jovens da Vila Aliança e comunidades vizinhas, seja através do futebol ou outras atividades.

Como quase toda criança, Franklin sonhava mesmo era em ser jogador de futebol. Chegou a jogar até a categoria juvenil do Bangu, mas não seguiu carreira. Para continuar trabalhando com o esporte, ele iniciou o projeto que ajuda outros jovens da comunidade onde nasceu, foi criado e mora até hoje. Lucas Barros e Alexandre, ambos laterais-esquerdos de Botafogo e Vasco, respectivamente, são alguns que deram os primeiros passos no projeto e agora brilham nos gramados do Rio de Janeiro e do Brasil. 

"É uma sensação de vitória. Vê-los encaminhados é uma sensação de dever cumprido. Eu estava certo, ajudei a mudar o local onde moro. Pensava em mudar o mundo, mas o mundo é muito grande. Quero mudar a realidade da Vila Aliança e deixar o meu legado. Amo essa comunidade", afirma Franklin.

E os frutos do projeto vão além do sucesso de algumas promessas locais. Uma das páginas mais bonitas dessa história aconteceu em 2017, quando a equipe formada por jovens da ONG conquistou a Taça das Favelas representando a Vila Aliança, em vitória por 2 a 1 sobre o Jardim Bangu, sob comando de Franklin, em Moça Bonita.

E a ONG Craques da Vida, como o nome sugere, não fica só no futebol. O projeto também incentiva a cultura e a educação de jovens da comunidade, com atividades como street dance, e apoio escolar (Craques da Leitura). A iniciativa é também uma forma de evitar que crianças se envolvam com a criminalidade.

"Nossa prioridade é formar cidadãos, mas as raízes do nosso futebol estão nas comunidades. Hoje, nos tornamos um projeto referência, e muitos jovens vêm nos procurar. Tem até meninos de Niterói jogando com a gente agora", explica o profissional de educação física.

 

Doações em comunidades da Zona Oeste
Franklin Ferreira ao lado de Alexandre e Lucas Barros em doaçãoDivulgação
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Hoje no Vasco, Alexandre Meloé só gratidão ao projeto social
Alexandre Melo, lateral-esquerdo do Vasco, começou a carreira atuando pela ONG Craques da VidaRafael Ribeiro/Vasco
Lucas Barros, do Botafogo,foi descoberto por Franklin
Lucas Barros, hoje no Botafogo, foi descoberto pela ONGVitor Silva / Botafogo
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O lateral-esquerdo Lucas Barros, do Botafogo, foi mais um dos talentos observados por Franklin a chegar aos profissionais de um grande clube do Rio. Atualmente, ele tem contrato com o Glorioso até 2022, mas foi no Craques da Vida que ele começou a trilhar o caminho de sucesso no futebol.
"Ele estava jogando uma pelada na quadra ao lado de onde eu estava e eu falei que era melhor que ele, brincando. Ele me mandou pegar minha chuteira, aí impressionei ele. Fiquei cruzando a bola na área, correndo. Aí ele ajudou a marcar um teste para mim no Botafogo e eu passei", relata o lateral-esquerdo, que agora carrega os ensinamentos de Franklin para toda a vida.
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"Aprendi muita coisa no projeto. O Franklin é um cara extraordinário, disposto a ajudar todos nós. Ajudou a me formar também como ser humano, apoia sempre a comunidade. O projeto dele salvou muitas crianças", afirma Lucas, que agora serve como espelho para outras crianças e mantém contato com o antigo professor. "Ainda moro bem perto, então sempre tento ajudar".
 

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