'Se não consigo mudar o mundo, posso pelo menos mudar a minha comunidade'. Impulsionado por esse pensamento, Franklin Ferreira decidiu criar a ONG Craques da Vida, que há 23 anos - a completar na próxima segunda-feira - vem mudando a realidade de jovens da Vila Aliança e comunidades vizinhas, seja através do futebol ou outras atividades.
Como quase toda criança, Franklin sonhava mesmo era em ser jogador de futebol. Chegou a jogar até a categoria juvenil do Bangu, mas não seguiu carreira. Para continuar trabalhando com o esporte, ele iniciou o projeto que ajuda outros jovens da comunidade onde nasceu, foi criado e mora até hoje. Lucas Barros e Alexandre, ambos laterais-esquerdos de Botafogo e Vasco, respectivamente, são alguns que deram os primeiros passos no projeto e agora brilham nos gramados do Rio de Janeiro e do Brasil.
"É uma sensação de vitória. Vê-los encaminhados é uma sensação de dever cumprido. Eu estava certo, ajudei a mudar o local onde moro. Pensava em mudar o mundo, mas o mundo é muito grande. Quero mudar a realidade da Vila Aliança e deixar o meu legado. Amo essa comunidade", afirma Franklin.
E os frutos do projeto vão além do sucesso de algumas promessas locais. Uma das páginas mais bonitas dessa história aconteceu em 2017, quando a equipe formada por jovens da ONG conquistou a Taça das Favelas representando a Vila Aliança, em vitória por 2 a 1 sobre o Jardim Bangu, sob comando de Franklin, em Moça Bonita.
E a ONG Craques da Vida, como o nome sugere, não fica só no futebol. O projeto também incentiva a cultura e a educação de jovens da comunidade, com atividades como street dance, e apoio escolar (Craques da Leitura). A iniciativa é também uma forma de evitar que crianças se envolvam com a criminalidade.
"Nossa prioridade é formar cidadãos, mas as raízes do nosso futebol estão nas comunidades. Hoje, nos tornamos um projeto referência, e muitos jovens vêm nos procurar. Tem até meninos de Niterói jogando com a gente agora", explica o profissional de educação física.
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