Marcelo Mattos vai jogar a Série D pelo Bangu  - fotos: Raphael Santos/Bangu
Marcelo Mattos vai jogar a Série D pelo Bangu fotos: Raphael Santos/Bangu
Por HUGO PERRUSO
O Bangu inicia neste domingo a caminhada na Série D do Campeonato Brasileiro às 19h contra o Mirassol, fora de casa, com um rosto bastante conhecido do futebol carioca. Aos 36 anos, Marcelo Mattos volta a conviver com a rotina de viagens e busca mais um recomeço na carreira. Com sacrifício e muita esperança, o volante, que deve ficar no banco, tenta mostrar que ainda pode jogar em alto nível, o que não acontece desde 2016, quando se machucou.
"Foi um momento difícil mas me fez aprender muita coisa, até mesmo para a vida. Agora quero poder ajudar, conseguir mais ritmo para deslanchar. Estou voltando à vida de atleta, com  saudade de viajar, concentrar, entrar em campo", admite.
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Sem uma sequência desde 2016, quando jogou 35 vezes pelo Vasco até a primeira de cinco cirurgias no joelho direito em três anos, Marcelo Mattos encontra motivação na carreira com objetivos traçados: jogar, levar o Bangu à Série C e disputar o Carioca para enfrentar os grandes. Para isso, o volante precisa se esforçar bem mais, trabalhando em dois períodos para evitar novas lesões.
Além do treino no clube, faz um trabalho específico em casa todo dia, com aparelhos de fisioterapia que adquiriu ao longo dos anos em que se tratava. Faz sozinho exercícios físicos, de quadril e na perna para ter equilíbrio muscular. Também conta com ajuda de profissionais, como massagista.
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"Tem todo um trabalho por trás, muito sacrifício. Se não coloco objetivo não estaria aqui. Tenho convicção de que vou voltar a jogar em alto nível. Não esqueci como se faz e agora tenho consciência corporal para saber o que está acontecendo comigo", afirma Mattos.
Marcelo Mattos vai jogar a Série D pelo Bangu - Raphael Santos/Bangu
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Depois que saiu do Vasco em 2019 (fez um jogo contra o próprio Bangu), o experiente jogador se transferiu para o Santa Cruz, onde só jogou duas vezes. "Estava fisicamente limitado", admite. Em 2020, apostou no Dom Bosco, de Mato Grosso, para ter a sequência esperada. Mas como chegou no meio do Estadual, só disputou quatro partidas - foi expulso em uma - até a paralisação do futebol por causa da pandemia.  
"Foi oportunidade boa porque precisava jogar e também frustração grande, mas pelo menos pude ficar perto da família que está morando em Cuiabá, o que não consegui ao longo da carreira", diz.
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CONTRATO CURTO
Mattos sofreu sem saber do futuro até que apareceu o Bangu. O volante assinou contrato até o fim da primeira fase da Série D, mas com possibilidade de estender até 2021. Para isso, precisa jogar e mostrar que ainda pode ser útil. Para quem já sofreu tanto para fazer o que mais ama, mais um desafio.

"Faço isso porque tenho muito amor pelo futebol, não sei o que fazer sem ele. Estou há três anos lutando com o joelho e já parei para pensar: 'Por que tudo isso?' Mas eu me imagino levantando um troféu de Série D pelo Bangu e vai ser como uma Copa do Mundo. Depois de tudo o que passei, é mais importante do que todos os títulos que já conquistei. Quem sabe não almejar algo mais alto depois? O que vier será lucro", completa.