Publicado 08/12/2020 14:07
Rio - O jornalista Juca Kfouri questionou o fato de o Flamengo ter se irritado com a faixa estendida pela torcida do Botafogo, no clássico do último sábado, no Nilton Santos, com a frase "aqui prezamos por vidas". Durante o podcast Posse de Bola, do "UOL", o Rubro-Negro "vestiu a carapuça" com sua reação.
"Acho que um grupo de jogadores que olha a diretoria fazendo o que está fazendo com as famílias dos meninos do Ninho do Urubu tem um amargor. Olho para Gabigol e Bruno Henrique, esses que vieram de classes excluídas, dizendo “pombas, não é possível que esses caras sejam incapazes de entender o drama dessas famílias e o que isso significa na sociedade”. O Botafogo abre uma faixa “aqui nós preservamos a vida” e o vice-presidente jurídico do Flamengo, Dunshee de Abranches Filho, diz que vai processar na Justiça Desportiva. Por que? O Flamengo não preza vida? Se sentiu ofendido? Vestiu a carapuça? Que Flamengo é esse, não é o da nação, o do manto sagrado, virou uma carapuça vermelha e preta. É crime dizer que preza a vida? É evidente que foi indireta, mas você não pode passar recibo. Além de elitista, arrogante e insensível, é uma direção burra. E uma direção burra contagia o time", disse Juca.
Mauro Cezar Pereira, que também fazia o programa, estendeu as críticas à torcida do Botafogo.
"Achei a faixa, não da diretoria do Botafogo, mas da torcida, de profundo mau gosto. Acho ridículo usar tragédia para fazer provocação. O Botafogo que preserva vidas não pagava salários no início da pandemia e estava contratando jogadores internacionais. Preservar a vida da boca para fora é muito fácil. Não estou defendendo a diretoria do Flamengo, muito pelo contrário, mas no Botafogo são cometidos erros de forma que não se permite que se fale que está preservando vidas. Que critério é esse? Não tem mocinho nessa história. Acho muito pobre usar a tragédia para provocar. Leva bandeira do Racing, leva frase em espanhol, tem que sacanear mesmo, tirar sarro e tentar desestabilizar, com algo que o jogador veja e fique com raiva, com era a faixa do 6 a 0. Usar a tragédia para mandar indireta acho patético, pífio, pobre, vil. Quando o dirigente do Flamengo responde isso, dá uma dimensão maior ao fato. Poderia ignorar e deixar passar", afirmou Mauro.
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