Ygor foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019 - COB / Divulgação
Ygor foi ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019COB / Divulgação
Por RAI AQUINO
Rio - A menos de 200 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o carioca Ygor Coelho, de 24 anos, espera poder fazer parte dos brasileiros que vão competir no torneio do Japão. Cria do Morro da Chacrinha, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, o atleta de badminton treina e compete de olho em uma das 40 vagas que o esporte terá nas Olimpíadas deste ano.
Para chegar até lá, Ygor tem que se manter bem colocado no ranking que vai definir as vagas do esporte para Tóquio. Atualmente, ele é o 22º da lista, mas ainda há 16 competições, que serão realizadas de 2 de fevereiro a 2 de maio, quando a relação será fechada.
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"No ano ano passado, fiz duas cirurgias no quadril, porque estava com a cartilagem comprometida, correndo o risco de ter que colocar prótese. Esses problemas foram sanados e estou pronto para voltar às competições, para eu conseguir me classificar para os Jogos", espera o atleta.
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FORMADO PELO PAI
Ygor começou a história no esporte bem cedo. Aos três anos de idade, ele aproveitava as aulas que o pai dava na Associação Miratus de Badminton, ONG que criou na Chacrinha. Inicialmente, o contato com a peteca era apenas brincadeira, mas aos poucos a diversão foi dando lugar a algo sério.
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"Fui atleta amador até os seis anos. Quando vi, já estava competindo, sempre contando muito com a ajuda do meu pai. Ele fez muitos cursos e treinamentos, replicava tudo o que aprendia no projeto e eu ficava atento", relembra.
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O atleta fez parte da Miratus até os 17 anos, quando foi convidado para treinar na Dinamarca. Na época, ele havia acabado de participar dos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China (2014). Ele morou no país europeu por cerca de três meses.
Depois, veio um novo convite para morar e treinar em Paris, na França, onde passou dois anos. Após a temporada parisiense, Ygor voltou para a Dinamarca, onde atualmente é atleta da equipe Højbjerg de badminton. 
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"Aqui no Brasil, o badminton vem crescendo, mas infelizmente não tem nível internacional bom. Aí tive que ir para fora do país para buscar concorrência e para evoluir e adquirir experiência", conta.
OLIMPÍADA EM CASA
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Entre a Dinamarca e a França, Ygor teve a oportunidade de competir nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ter participado de uma olimpíada em casa é algo que o deixa arrepiado só de lembrar.
"Eu não esperava que as pessoas fossem ver o badminton aqui, porque sempre foi um esporte muito pequeno. Quando eu estudava, a galera ficava me chamando de petequeiro, dizendo que eu iria desmunhecar. Mas no dia da disputa, vi amigos de escola indo lá. Foi muita gente", narra.
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O atleta se lembra de quando o Rio foi anunciado como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, em 2009. Ele conta que, na ocasião, o pai o desafiou a estar no torneio.
"Ele dizia que 2016 era logo ali e eu respondia dizendo que iria estar lá", relembra.
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VIAJANDO O MUNDO
Nos mais de 20 anos de badminton, Ygor viajou mais de 30 países para competir. Nos Jogos do Rio, o carioca se tornou o primeiro brasileiro a competir no badminton em uma olimpíada. Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru, ele conquistou a inédita medalha de ouro para o país no torneio. Mesmo diante de tantas conquistas importantes, o cria da Chacrinha quer mais!
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"Sempre competi de olho na medalha de ouro e meu sonho é ter uma medalha olímpica e uma medalha no Mundial. O máximo que consegui foi chegar às oitavas no Mundial e à fase de grupos das Olimpíadas", afirma.
Com dois ouros no Pan-Americano de Badminton (2017 e 2018) e outros três nos Jogos Sul-Americanos de 2018, em Cochabamba, na Bolívia, Ygor quer seguir o exemplo do pai depois da trajetória no esporte.
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"Quero poder formar cidadãos de bem, campeões não só no esporte, como na vida e trabalhar com o desenvolvimento do badminton no meu país. Quero fazer com que o esporte vire tradição no país", projeta.