Presidente dos Comitês Olímpico e Paralímpicos dos Estados Unidos, Susanne Lyons sofre pressão pelo boicote aos Jogos de Inverno na China
Presidente dos Comitês Olímpico e Paralímpicos dos Estados Unidos, Susanne Lyons sofre pressão pelo boicote aos Jogos de Inverno na ChinaAFP
Por AFP
Colorado, EUA - O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) reafirmou nesta quarta-feira (7) sua oposição a boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022. De acordo com a presidente da entidade, Susanne Lyons, uma possível decisão contrária representaria uma 'punição' com consequências negativas para os atletas.
"Para nossos jogadores, seu único sonho é representar os Estados Unidos e nós os apoiamos", acrescentou Lyons. "Não achamos que os jovens atletas do Team USA devam ser usados politicamente".
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Os Jogos de Inverno de Pequim 2022 estão previstos para começar em 4 de fevereiro do ano que vem, seis meses depois dos Jogos de Olímpicos de Tóquio, que foi adiado para julho e agosto de 2021 devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus.
A China enfrenta pressões internacionais em diversas questões, entre elas o que os observadores dos direitos afirmam ser a prisão em massa e doutrinação de mais de um milhão de uigures e outras pessoas, em sua maioria muçulmanas, na região de Xinjiang.
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A superpotência asiática denunciou os apelos ao boicote e nega o genocídio dos uigures, alegando que fornece formação profissional às minorias para reduzir o atrativo do extremismo islâmico.
Na terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Ned Price disse que é "algo que com certeza queremos discutir" quando questionado se os Estados Unidos considerariam um boicote conjunto com seus aliados.
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"Entendemos que uma abordagem coordenada não será apenas do nosso interesse, mas também do interesse de nossos aliados e parceiros", acrescentou, sem revelar uma posição.
Cada vez mais ativistas e políticos republicanos pedem um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim. "No que diz respeito às nossas preocupações com o governo de Pequim, incluindo as violações atrozes dos direitos humanos em Pequim e sua conduta genocida no caso de Xinjiang, a ação dos Estados Unidos é significativa", disse Price.
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O governo do presidente americano Joe Biden manteve a porta aberta em várias ocasiões para boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno, sem anunciar nenhuma direção firme.
No entanto, Price afirmou posteriormente que "os Estados Unidos não têm nada a anunciar sobre os Jogos Olímpicos de Pequim" e escreveu no Twitter que "continuaremos em consulta permanente com nossos aliados e sócios para definir nossas preocupações comuns e estabelecer a nossa abordagem compartilhada".