Luiz Gustavo, ex-zagueiro do Cuiabá Reprodução
Por O Dia
Publicado 01/06/2021 13:08
Rio - Após a polêmica saída do técnico Alberto Valentim, o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, se vê em mais uma situação conturbada. Isso se dá pelo fato de o zagueiro Luiz Gustavo afirmar ter sido ameaçado e assediado moralmente pelo dirigente do Dourado. O atleta cobra R$ 2,5 milhões do clube, valores referentes a verbas trabalhistas e outras obrigações. A ação corre na 1ª Vara Trabalhista de Cuiabá. As informações foram divulgadas pela jornalista Gabriela Moreira, no site "Globo Esporte".
A ameaça feita por Cristiano foi gravada e anexada ao processo. De acordo com o que foi relatado, no último dia 21, Luiz Gustavo teria conversado por telefone com o vice-presidente. O motivo da chamada seria por conta de uma recusa por parte do zagueiro para um acordo com o departamento de Recursos Humanos do clube, já que o atleta não teve seu contrato renovado após lesão.
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Na gravação, que tem um pouco mais de dois minutos de duração, Cristiano Dresch chama Luiz Gustavo de “jogadorzinho de merda”, “seu quebrado”, “seu bosta”, “vagabundo”, além de fazer ameaças: “eu sei onde você mora”, “você tá na minha terra”, “abre essa boca sua de novo aí pra cê ver, seu vagabundo”.
De acordo com a ação, neste dia, Luiz Gustavo decidiu dormir em um hotel localizado em outra cidade próxima a Cuiabá e no dia seguinte voltou para São Paulo. Antes de deixar a cidade, após a conversa com o dirigente, o zagueiro registrou a ameaça na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cuiabá, conforme documentos anexados aos autos do processo.
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LEIA A NOTA OFICIAL DO CUIABÁ SOBRE O CASO:
"A respeito do atleta Luiz Gustavo, o Cuiabá Esporte Clube e o vice-presidente Cristiano Dresch vêm a público esclarecer os seguintes pontos:

1) Desde o início do seu contrato, o atleta Luiz Gustavo cometeu diversos atos de indisciplina e teve pelo menos três discussões acaloradas com funcionários, membros da comissão técnica e diretoria do clube;

2) Um dos episódio de violência e insubordinação ocorreu em 25.01.21. Após tentar levar documentos de seu prontuário que deveriam permanecer no clube, o jogador quis rasgar o exame periódico, tentou tirar o laudo à força da mão da médica Lívia Borges de Souza, xingou a profissional e saiu chutando a porta da sala. Após ser contido pelo então supervisor Daniel Freitas, falou em tom de ameaça ao superior: “se você quiser me ver mais bravo do que estou, não chega perto de mim”; tanto a médica como o ex-supervisor do clube estão à disposição do Grupo Globo para corroborar os fatos descritos;

3 )A conduta antiprofissional e inadequada do atleta pode ser ratificada também por vários de seus ex-companheiros e ex-superiores no clube e resultou em multa por infração disciplinar, conforme documento anexo;

4) Após ver seu clube chamado inúmeras vezes pelo jogador de “time de merda” e “time pequeno”, depois de 12 anos de sacrifício para conquistar uma vaga na elite do futebol brasileiro, Cristiano Dresch confirma que teve uma conversa ríspida com Luiz Gustavo. O dirigente, no entanto, afirma que jamais teve a intenção de ameaçá-lo ou assediá-lo e justifica sua atitude como um ato isolado de defesa à honra da instituição. Pouco antes da discussão, Luiz Gustavo havia reclamado na sala de fisioterapia, na presença de 12 pessoas, que havia “muita gente falsa” no clube e incitou seus companheiros a não seguirem os protocolos médicos;

5) Sobre a ação na Justiça, o Cuiabá reitera que quitou todas as suas obrigações contratuais, como é praxe desde sua fundação, e que rebaterá todas as acusações na Justiça"
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Luiz Gustavo chegou ao Dourado em 2020 após encerrar seu contrato com o Vasco. Assinou com o clube mato-grossense em setembro com contrato válido por pouco mais de quatro meses. Três meses depois, no entanto, ele sofreu uma lesão, em jogo contra o Luverdense, e precisou ser operado no joelho esquerdo. De acordo com os advogados do atleta, o Cuiabá descumpriu a lei ao não manter o vínculo com o jogador, com o retorno das suas atividades no clube, encerrado o período de vigência do afastamento pelo INSS, quando o zagueiro passou a receber cerca de 10% dos seus vencimentos.
LEIA A NOTA DOS ADVOGADOS DE LUIZ GUSTAVO:
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"1. A agremiação tenta desviar o foco do seu descumprimento das normas legais. Mesmo que o Luiz tivesse cometido os supostos atos e insubordinação, isso não seria motivo para as ameaças proferidas pelo VP do clube (Eu sei aonde você mora, você está na minha terra) e muito menos os xingamentos e tentativa de desqualificação do atleta.

2. Se houve algum ato de violência ou insubordinação, porque o clube JAMAIS advertiu por escrito o atleta e jamais suspendeu seu contrato de trabalho? Ora, a CLT é bem clara ao tratar sobre a matéria: se há ato considerado como falta grave, deve a empresa advertir por escrito ou dar suspensão. E isso jamais ocorreu, pois o Luiz jamais cometeu tais atos.

3. Luiz Gustavo tem mais de 10 anos de carreira, atuando por clubes como Palmeiras, Avaí, Vasco, Guarani e Vitória, deixando sempre grandes amigos e sempre respeitando seus colegas de trabalho. O atleta é querido por todos os lugares onde passou, sendo conhecido por ser atleta calmo, tranquilo e respeitador.

4. Luiz Gustavo jamais desqualificou o Cuiaba, e muito menos proferiu as palavras que a falaciosa nota do Cuiabá menciona. A afirmação da suposta conversa ríspida é risível, vez que na gravação se ouve apenas uma parte agredindo a outra, apenas Dresc ameaçando o Luiz Gustavo, xingando-o e tentando desqualificá-lo.

5. A tentativa de imputar falsos atos ao Luiz Gustavo é medida desesperada de quem o ameaçou sem nenhum motivo. Lembrando que o Código Penal (artigo 138) diz que comete criem quem Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
6. Por fim, desde Janeiro de 2021 o Luiz Gustavo não recebe suas verbas do clube, que também se negou a prorrogar seu contrato de trabalho em virtude da estabilidade provisória, mesmo após 5 notificações extrajudiciais."
 
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