Publicado 01/08/2021 15:04
Rio - Neste domingo (1), a medalhista olímpica Rebeca Andrade se consagrou como a primeira brasileira a conquistar duas medalhas na mesma edição das Olimpíadas. Rebeca conquistou o ouro no salto, além de já ter sido premiada com a medalha de prata no individual geral. Em entrevista à "CNN", a sua primeira técnica, Mônica Barroso dos Anjos, disse que uma das grandes qualidades da atleta é: o carisma.
"Essa alegria dela tem desde criança, desde pequena sorridente, brincalhona. Eu acompanho ela todos esses anos em competições porque também sou árbitra, sempre teve esse sorriso, e claro, teve trabalho por trás, psicóloga, amadureceu muito, família dela deu muito apoio quando ela se mudou e foi morar sozinha aos 10 anos de idade em Curitiba, e o momento que se lesionou. O atleta fica em dúvida se continua ou para, a Rosa (mãe) deu todo apoio, e toda equipe que trabalha no COB e está com ela nesse momento", disse Mônica Barroso dos Anjos.
Após a geração de Daiane dos Santos, a técnica disse que viu potencial em Rebeca Andrade desde o início quando foi aprovada para o primeiro teste, além de ter visto a ação da representatividade na modalidade.
"Em 2005, eu tava no ginásio e dava treino para a equipe principal na parte da tarde e em uma escolinha de manhã. A tia da Rebeca trabalhava no ginásio, um dia a Cida trouxe a Rebeca para conhecer, brincar e pediu pra eu dar olhada na Rebeca. Quando bati os olhos, fiquei feliz, corpo de atleta, fiz alguns testes, ela era forte e potente. Pedi para saltar no tablado e veio a imagem da Daiane, eu no ginásio e uma imagem da futura Daiane dos Santos".
"Ela passou no teste, colocou de manhã, mas ela estudava de manha. Para não perder, ela ficou com a Rebeca a tarde, depois trocou horário na escola e ela veio treinar de manha comigo, treinou 2005 e até 2006. Quando Chico e a Kelly vieram trabalhar em Guarulhos, passei para Kelly e ficaram trabalhando com ela até 2009. Em 2010, Rebeca se mudou para Curitiba com a Kelly e com o Chico, em 2011 foram para o Flamengo e até hoje o Chico que acompanha ela, desde pequena aqui em Guarulhos e até hoje", disse.
No entanto, como todo atleta, Rebeca passou por diversas lesões, mas que da mesma forma, era possível ver a qualidade que sobrava na medalhista olímpica, segundo Mônica.
"Naquele momento ela chegou e a gente vi que tinha muita capacidade, qualidade física e ela tava sonhando, olhava para as meninas de outra categoria fazendo serie de solo e ficava imitando as meninas. Desde o começo teve salto e solo forte. A paralela quando teve lesão trabalhou muito para evoluir e conseguir os quatro aparelhos no mesmo nível para conseguir individual geral".
Além disso, Mônica ressalta a importância do apoio familiar sobre a atleta olímpica, tendo sido um grande feito para a Rebeca Andrade prosseguir na carreira.
"Se não fosse o apoio da mãe ela teria parado antes. Antes de mudar para Curitiba ela já ficava morando durante semana na casa da professora Ana, pra facilitar o treinamento, pra não cansar tanto, ficava mais perto do ginásio. Ela estudava aqui, treinava aqui e ficava na Ana. No final de semana ia para casa, não é toda família que entende isso, que apoia, que deixa ficar longe, essa medalha totalmente apoio da dona Rose", disse.
"Estou muito emocionada porque ela fez história, saiu daqui do projeto social de Guarulhos bem pequena, a emoção é muito grande, primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma edição, não da para explicar o tamanho da emoção", concluiu.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.