Por fabio.klotz

Rio - O presente é sombrio no Botafogo, que está sem dinheiro, com salários atrasados há meses e tem uma sequência de jogos difíceis pela frente no Campeonato Brasileiro. O futuro ainda está nebuloso, mas, no próximo dia 7, pode surgir uma luz no fim do túnel. O clube tentará um acordo para voltar ao Ato Trabalhista, o que liberaria parte de suas receitas que hoje estão totalmente retidas para o pagamento de dívidas.

Diretor%2C Gottardo administra a situação Divulgação

A faixa com a qual os jogadores entraram em campo no clássico com o Flamengo provocou críticas no clube. O diretor de futebol Wilson Gottardo se mostrou surpreso com a parte que detalhava os débitos com os jogadores: três meses de salários na carteira de trabalho, cinco meses de direitos de imagem e o depósito do FGTS.

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“Os atletas estão reivindicando. É algo que todo mundo sabe que está acontecendo. Foi uma maneira que eles encontraram de deixar as pessoas cientes. A frase que eu tinha conhecimento é que são profissionais e trabalhavam para a torcida. Existe uma cobrança bem acentuada. A maneira mais fácil de solicitar isso é com os jogadores trabalhando em campo e a diretoria na sua função. O problema é a busca pelas verbas”, afirmou Gottardo.

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O goleiro Jefferson garantiu que o protesto na partida de domingo não interferiu no rendimento dos jogadores: “Estamos lutando pelos nossos direitos. Em nenhum momento isso interferiu no resultado ou no trabalho. Estamos treinando, somos profissionais, estamos buscando nossos objetivos. É um time unido que sabe o que quer”, destacou o capitão alvinegro à ESPN Brasil.

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Campeão brasileiro com o clube em 1995, Gottardo sabe das dificuldades dos jogadores. No último título nacional do Botafogo, o elenco estava há três meses sem receber. O dirigente diz que ficar sem pagamento afeta cada jogador de uma forma diferente: “Depende de cada atleta, dos compromissos assumidos, da forma que administram as suas receitas. Cada um tem que dizer a sua dificuldade”, explicou o ex-zagueiro, que reconheceu não ser possível dar uma data para pagar aos jogadores do Botafogo.

Proforte: votação em 10 dias

O projeto que estabelece o refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol vai tramitar em caráter de urgência. Um dos articuladores da proposta, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) informou que a previsão é que seja votado no plenário da Câmara em 10 dias. Depois, segue para o Senado e para a sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Nesta segunda-feira, o deputado esteve na CBF, onde se reuniu com representantes de 40 clubes das séries A e B do Brasileiro, além de presidentes de federações. E anunciou que a tramitação será rápida.

“O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está disposto a colocar o projeto na pauta de votação na semana que vem.”

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