Um erro de procedimento do árbitro paranaense Paulo Roberto Alves Júnior vai levar o Botafogo a tentar anular na Justiça o jogo contra o Palmeiras — derrota de 1 a 0, sábado, em Brasília. A solicitação será baseada na regra 5 da Fifa e no protocolo do VAR (Árbitro de Vídeo). Explica-se: o árbitro não poderia ter consultado o VAR no lance que originou o pênalti que decidiu o jogo para o Palmeiras porque a partida já havia sido reiniciada. Dessa forma, no entendimento do clube, teria acontecido um erro de direito, o que justificaria o pedido.
Procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua, diz que a situação não é tão simples. "Erro de direito é uma norma definida, que não cabe interpretação. Mas não basta ser única e exclusivamente um erro de direito. Tem que ser grave, relevante", advertiu, em entrevista à Rádio Tupi.
Ele deixou claro que o Botafogo pode buscar a impugnação, mas acrescentou que o bom senso deve nortear a reflexão dos responsáveis pela análise do caso. "O VAR está sendo implementado agora e as situações têm que ser avaliadas, porque, se nós admitirmos que pequenos erros protocolares gerem anulações de partidas, acredito que teremos outras".
Bevilacqua fez veemente defesa da manutenção dos resultados de campo. "A minha linha sempre é pela prevalência do resultado. Tem que ser algo absolutamente extraordinário e que tenha influência direta no resultado para que possa se processar a anulação. Essa é a avaliação que os auditores terão que fazer. A anulação só pode acontecer em situações extraordinárias, não levando em conta somente a regra, mas todo o contexto", concluiu.
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