Gottardo com Sergio Manoel, nos tempos de jogador: amor ao Alvinegro e disposto a voltar ao clube
Gottardo com Sergio Manoel, nos tempos de jogador: amor ao Alvinegro e disposto a voltar ao clube Arquivo/Botafogo
Por Leonardo Damico
Rio - Eliminado na Copa do Brasil, na última quarta-feira, diante do Cuiabá e à beira da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Botafogo vive grande crise na temporada, tanto no aspecto financeiro, quanto no esportivo. Integrante da equipe que conquistou o único título do Brasileirão do Alvinegro, em 1995, o ex-zagueiro Wilson Gottardo comentou o momento do clube.
"(Crise) Sempre teve, não lembro de quando começou... Eu ainda jogava futebol de rua/amador e já tinha. Aliás, todos os clubes no Brasil tem esse chamado. Nesse caso não há solução sem sacrifícios. Além da crise financeira, pandemia e politicagem, acredito que houve equívocos nas avaliações de um modo geral. Afinal, esse tipo de crise não se classifica por ano, ela se arrasta por décadas. Só faz futebol quem entende de futebol", disse Gottardo ao 'O Dia'.
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Na última semana, o empresário Felipe Neto, torcedor e ex-patrocinador do Botafogo, escancarou os bastidores do clube. Segundo o youtuber nas redes sociais, o Alvinegro 'caminha para a falência' e o projeto de clube-empresa, da Botafogo S/A, é improvável de acontecer. Um dia depois, Carlos Augusto Montenegro, dirigente do clube, corroborou com as aspas de Felipe Neto e afirmou ter comprado bolas para o time treinar porque não tinha material disponível.
Todo o clima ruim dos bastidores e do futebol do clube culminou em um grande protesto dos torcedores, ocorrido no último sábado. Um grupo grande de fãs foi até General Severiano, cantou palavras de ordem para a diretoria e ocupou a sede horas antes do duelo contra o Ceará, que terminou em 2 a 2. Gottardo disse que entende o descontentamento da torcida, mas não concorda com a ocupação da sede.
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"A torcida está insatisfeita com a produtividade e desempenho do time, e é claro que sempre acontece algo internamente que não sabemos. Ela tem o direito democrático de questionar, cobrar e ajudar a instituição se quiser, mas sem violência e depredação. Invadir a sede eu não concordo", comentou o ex-zagueiro, que somou duas passagens pelo Alvinegro, de 1987 a 1990 e depois de 1994 a 1996.

Além do Botafogo, Gottardo também somou passagem por outros grandes clubes do futebol brasileiro, como: Cruzeiro, Fluminense, São Paulo, Flamengo, Náutico, Sport e Guarani. No Alvinegro, além do Brasileirão de 1995, o ex-zagueiro também conquistou os Cariocas de 1989 e 1990. Em 2014, o ex-jogador voltou ao Botafogo como diretor técnico, mas ficou apenas por uma temporada. Gottardo finalizou relembrando o título de 95 e disse estar à disposição do clube.

"Fui diretor técnico, mas acabei fazendo e tomando decisões e ou tentado solucionar problemas que só seriam resolvidos com 100% de autonomia. Não era meu plano de gestão, mas não me arrependo, lutei até o final contra aqueles que não queriam o melhor para o Botafogo. Voltaria ao clube com a mesma disposição e honra de antes. Tenho maior carinho e valorizo cada título conquistado em minha carreira. Entendo que vitórias vão além das 4 linhas. Sei muito bem da minha relevância na conquista de 95", encerrou.