Publicado 27/11/2020 14:21
Bruno Lazaroni trabalhou durantes anos no Botafogo. Começou nas categorias de base, ocupou diferentes cargos, foi auxiliar permanente da comissão técnica do profissional e foi convidado para ser treinador da equipe, após a saída de Paulo Autuori. Porém, o período como técnico da equipe durou pouco, e o profissional foi desligado após seis jogos.
A saída, que surpreendeu não só a Bruno Lazaroni, mas a jogadores e torcedores, pegou todos de surpresa. Muitas dúvidas sobre o desligamento ficaram no ar, e a reportagem do jornal O Dia fez uma entrevista exclusiva com o ex-comandante do Botafogo para saber os bastidores da demissão no Alvinegro e saber quais são os projetos futuros do profissional no período em que estiver sem clube.
*A entrevista foi feita antes de o Botafogo anunciar a saída de Ramon Díaz, que substituiu Lazaroni, e a chegada de Eduardo Barroca.
VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COM LAZARONI:
Quais são os seus planos para o futuro? Algum clube já te procurou? Deseja continuar sendo treinador ou voltar ao cargo de auxiliar?
Nesse período, desde que eu saí do Botafogo, sondagens através de intermediários apareceram, mas nada oficial. Eu quero trabalhar em um projeto bacana, seja como treinador ou auxiliar, que tenha uma boa estrutura de trabalho e uma gestão profissional para conseguir desenvolver jogadores jovens e colocar em prática aquilo que penso sobre o futebol.
Clubes da Série A do futebol brasileiro te sondaram?
Não. Da Série A não. Até o momento, não.
Para torcedores de outros clubes que não puderam conhecer mais afundo o seu trabalho, como você classifica o treinador Bruno Lazaroni? Quais são as principais qualidades?
Eu vou falar a respeito como eu gosto de trabalhar de maneira geral. Gosto de trabalhar em uma metodologia sistêmica, de ouvir e envolver todos os profissionais do clube. Gosto de treinos muito intensos, participo muito das atividades cobrando dos atletas comportamento tático e intensidade. Gosto de ter um grupo coeso. Gosto de criar uma sensação em que todos se sintam parte do projeto. Gosto de criar uma espécie de capitães e não só um para que todos possam a ser mais participativo.
Clubes da Série A do futebol brasileiro te sondaram?
Não. Da Série A não. Até o momento, não.
Para torcedores de outros clubes que não puderam conhecer mais afundo o seu trabalho, como você classifica o treinador Bruno Lazaroni? Quais são as principais qualidades?
Eu vou falar a respeito como eu gosto de trabalhar de maneira geral. Gosto de trabalhar em uma metodologia sistêmica, de ouvir e envolver todos os profissionais do clube. Gosto de treinos muito intensos, participo muito das atividades cobrando dos atletas comportamento tático e intensidade. Gosto de ter um grupo coeso. Gosto de criar uma sensação em que todos se sintam parte do projeto. Gosto de criar uma espécie de capitães e não só um para que todos possam a ser mais participativo.
Você está aproveitando para fazer alguns cursos?
Tenho procurado me desenvolver. Agora, eu tenho assistido mais jogos de outros clubes. Gostaria de viajar para a Europa, mas por conta da pandemia ainda não é possível por conta das restrições. Mas pretendo, em breve, fazer isso para conhecer novas ideias e aprender ainda mais.
Por ser a minha primeira entrevista com você, eu não posso deixar de perguntar: como você analisa a sua saída do comando técnico do Botafogo? Achou justa?
Eu vejo com muita naturalidade a minha saída. Eu penso que as duas partes têm que estar satisfeitos. Claro que eu tenho a minha avaliação do trabalho como um todo. Estava com um aproveitamento de 53% no Brasileiro. Talvez, depois de uma partida ruim, o clube entendeu que deveria ser interrompido a sequência de trabalho. Vejo isso como natural.
Você citou a sua avaliação e citou bons números na sua passagem. Hoje o Botafogo está na penúltima colocação do Brasileiro. Acha que o desempenho do time seria melhor se você ainda estivesse no comando do time?
Se o clube entendeu que com esse aproveitamento no Brasileiro, mas por ter perdido o primeiro jogo da Copa do Brasil e optou pela minha saída. Encaro sem mágoa e rancor. Não é querer me gabar, mas é confiando no meu trabalho, na minha metodologia, na forma de gerir os atletas, na forma de gerir a comissão técnica, o Botafogo não estaria nessa condição atual. Pelo o que conheço do clube, pelo o que conheço do grupo, dos atletas, mas repito: o clube tem todo o direito de tomar as decisões que achar necessária. Mas agora é página virada, desejo muita sorte porque os jogadores não merecem essa situação, os jogadores não merece, os funcionários também não merecem. Fico na torcida para que consigam dar a volta por cima.
Durante a sua passagem como treinador, um fator chamou atenção, que envolveu Montenegro. Como você se sentiu quando Montenegro disse que você tinha que ser demitido na escalação do jogo contra o Cuiabá (jogo que decretou a demissão)?
Eu penso que em algumas declarações acaba misturando a parte passional, de torcedor, e o dirigente. Posso concordar ou não, mas ele, como membro do Comitê de Gestão, tem essa prerrogativa de dar a opinião que bem entender.
Você disse no começo da entrevista que espera uma proposta de algum clube, mas você teve o convite do Botafogo de voltar a ser auxiliar. Por que não aceitou o cargo de auxiliar quando decidiram a sua saída do comando técnico?
Eu acho que por eu ter passado um bom período no clube desde as categorias de formação, diversas funções e até a chegada ao profissional como auxiliar fixo do clube, durante dois anos e meio, eu entendi que se encerrou o ciclo quando eles decidiram pela minha saída como treinador. Entendo que eu preciso de novos desafios para eu me desenvolver como profissional e pessoa e entendi que era o momento de encerrar esse ciclo.
Até que ponto a crise política e financeira afetou o seu trabalho?
Eu acho que são situações que afetam qualquer trabalho. A gente tentava ao máximo ficar fora desse tipo de situação, mas acaba que internamente tem algumas consequências. A parte financeira, o Botafogo já convive com isso alguns anos. Os funcionários são os que mais sofrem com esse tipo de situação. Os jogadores sempre foram exemplares na condução do trabalho. Nunca deixaram de trabalhar. Não tem nada de criticar atletas nesse sentido. Sempre trabalharam muito. Importante frisar isso.
Você citou atitudes de jogadores na sua última resposta e você é um cara que viveu o Botafogo durante muitos anos. No jogo contra o Atlético-MG, podemos ver que Marcinho pegou a bola da mão de Honda para bater uma falta. Você viveu os bastidores do Botafogo de perto. Você acha que o japonês não tem papel de liderança? Acha que existe uma certa "falta de aceitação" do grupo com ele?
Sinceramente, no período que eu estive no clube, não percebi nada nesse sentido. É um jogador que disputou Copa do Mundo e tem muito experiência. Não acompanhei o jogo contra o Atlético-MG, mas nesse período que estivemos no comando da equipe, nós não tivemos problema com isso. Claro que a liderança dele é um pouco prejudicada muito por conta da língua. O português não é uma língua fácil de aprender, principalmente ele que veio do Japão. Ele fala bem o inglês, mas são poucos jogadores que falam inglês. Acaba que essa barreira da língua dificulta ainda mais para ele por em prática a liderança.
Em cima da sua experiência de Botafogo, qual é o principal problema do Botafogo na sua opinião?
Eu acho que, como todo mundo sabe, o grande problema do clube é a parte financeira. É uma dívida muito grande e que asfixia o clube a curto prazo. A partir daí, eu acho que você precisa ter uma gestão profissional não só no futebol, mas em todas as áreas do clube, com profissionais remunerados que consigam capitalizar recursos.
Por falar em parte financeira, que você citou na última resposta. Como está a situação financeira da sua saída? O clube pagou tudo que você tem direito ou fez acordo? Verdade que o clube não tinha sequer dinheiro para comprar suplemento nutricional para os jovens?
Ainda não recebi. Tenho uma promessa que eles possam vir a cumprir no início do próximo mês. Ainda estou aguardando sobre isso. Sobre suplemento, nunca vi algo sobre isso. Com Paulo Autuori mesmo, quando tinha o trabalho de transição, nunca foi problema.
Por ser a minha primeira entrevista com você, eu não posso deixar de perguntar: como você analisa a sua saída do comando técnico do Botafogo? Achou justa?
Eu vejo com muita naturalidade a minha saída. Eu penso que as duas partes têm que estar satisfeitos. Claro que eu tenho a minha avaliação do trabalho como um todo. Estava com um aproveitamento de 53% no Brasileiro. Talvez, depois de uma partida ruim, o clube entendeu que deveria ser interrompido a sequência de trabalho. Vejo isso como natural.
Você citou a sua avaliação e citou bons números na sua passagem. Hoje o Botafogo está na penúltima colocação do Brasileiro. Acha que o desempenho do time seria melhor se você ainda estivesse no comando do time?
Se o clube entendeu que com esse aproveitamento no Brasileiro, mas por ter perdido o primeiro jogo da Copa do Brasil e optou pela minha saída. Encaro sem mágoa e rancor. Não é querer me gabar, mas é confiando no meu trabalho, na minha metodologia, na forma de gerir os atletas, na forma de gerir a comissão técnica, o Botafogo não estaria nessa condição atual. Pelo o que conheço do clube, pelo o que conheço do grupo, dos atletas, mas repito: o clube tem todo o direito de tomar as decisões que achar necessária. Mas agora é página virada, desejo muita sorte porque os jogadores não merecem essa situação, os jogadores não merece, os funcionários também não merecem. Fico na torcida para que consigam dar a volta por cima.
Durante a sua passagem como treinador, um fator chamou atenção, que envolveu Montenegro. Como você se sentiu quando Montenegro disse que você tinha que ser demitido na escalação do jogo contra o Cuiabá (jogo que decretou a demissão)?
Eu penso que em algumas declarações acaba misturando a parte passional, de torcedor, e o dirigente. Posso concordar ou não, mas ele, como membro do Comitê de Gestão, tem essa prerrogativa de dar a opinião que bem entender.
Você disse no começo da entrevista que espera uma proposta de algum clube, mas você teve o convite do Botafogo de voltar a ser auxiliar. Por que não aceitou o cargo de auxiliar quando decidiram a sua saída do comando técnico?
Eu acho que por eu ter passado um bom período no clube desde as categorias de formação, diversas funções e até a chegada ao profissional como auxiliar fixo do clube, durante dois anos e meio, eu entendi que se encerrou o ciclo quando eles decidiram pela minha saída como treinador. Entendo que eu preciso de novos desafios para eu me desenvolver como profissional e pessoa e entendi que era o momento de encerrar esse ciclo.
Até que ponto a crise política e financeira afetou o seu trabalho?
Eu acho que são situações que afetam qualquer trabalho. A gente tentava ao máximo ficar fora desse tipo de situação, mas acaba que internamente tem algumas consequências. A parte financeira, o Botafogo já convive com isso alguns anos. Os funcionários são os que mais sofrem com esse tipo de situação. Os jogadores sempre foram exemplares na condução do trabalho. Nunca deixaram de trabalhar. Não tem nada de criticar atletas nesse sentido. Sempre trabalharam muito. Importante frisar isso.
Você citou atitudes de jogadores na sua última resposta e você é um cara que viveu o Botafogo durante muitos anos. No jogo contra o Atlético-MG, podemos ver que Marcinho pegou a bola da mão de Honda para bater uma falta. Você viveu os bastidores do Botafogo de perto. Você acha que o japonês não tem papel de liderança? Acha que existe uma certa "falta de aceitação" do grupo com ele?
Sinceramente, no período que eu estive no clube, não percebi nada nesse sentido. É um jogador que disputou Copa do Mundo e tem muito experiência. Não acompanhei o jogo contra o Atlético-MG, mas nesse período que estivemos no comando da equipe, nós não tivemos problema com isso. Claro que a liderança dele é um pouco prejudicada muito por conta da língua. O português não é uma língua fácil de aprender, principalmente ele que veio do Japão. Ele fala bem o inglês, mas são poucos jogadores que falam inglês. Acaba que essa barreira da língua dificulta ainda mais para ele por em prática a liderança.
Em cima da sua experiência de Botafogo, qual é o principal problema do Botafogo na sua opinião?
Eu acho que, como todo mundo sabe, o grande problema do clube é a parte financeira. É uma dívida muito grande e que asfixia o clube a curto prazo. A partir daí, eu acho que você precisa ter uma gestão profissional não só no futebol, mas em todas as áreas do clube, com profissionais remunerados que consigam capitalizar recursos.
Por falar em parte financeira, que você citou na última resposta. Como está a situação financeira da sua saída? O clube pagou tudo que você tem direito ou fez acordo? Verdade que o clube não tinha sequer dinheiro para comprar suplemento nutricional para os jovens?
Ainda não recebi. Tenho uma promessa que eles possam vir a cumprir no início do próximo mês. Ainda estou aguardando sobre isso. Sobre suplemento, nunca vi algo sobre isso. Com Paulo Autuori mesmo, quando tinha o trabalho de transição, nunca foi problema.
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