Grêmio x Flamengo - Alexandre Vidal/Flamengo
Grêmio x FlamengoAlexandre Vidal/Flamengo
Por O Dia
Nem o gol de Pepê, aos 43 minutos do 2º tempo, deu a igualdade que se imaginava de um Grêmio x Flamengo. No placar, sim, mas em desempenho, nem próximo. 

O domínio rubro-negro durante o jogo de ida das semifinais da Libertadores, de forma incontestável e até certo ponto constrangedora para a equipe de Renato Gaúcho, deixou claro quem tem mais time e quem joga o futebol mais bonito e eficiente hoje no Brasil - rótulo constantemente buscado pelo técnico tricolor.

O Flamengo não foi apenas mais perigoso, vertical e eficiente nas conclusões - como já costuma ser -, os comandados de Jorge Jesus foram dominantes no que o adversário tem de melhor: a posse de bola.

O Grêmio, que teve em casa 66,8% e 60,9% de posse bola nas duas partidas com o Libertad, 62,8% contra o Rosario Central, 50,9% no duelo com o Universidad Católica e 64,9% com o Palmeiras, conseguiu apenas 42,3% nesta quarta-feira. Nos 15 minutos iniciais, chegou a 73,1% para os rubro-negros, segundo dados do Footstats.

Ou seja, o Flamengo não atacou o ponto fraco gremista, fez exatamente o inverso. Impositivo, fez questão de se mostrar superior no próprio jogo gaúcho, anulando sua maior virtude. Sem a bola, o time de Renato se tornou mais um espectador do espetáculo flamenguista - principalmente no 1º tempo.

Foi a primeira vez nessa Libertadores que o Grêmio foi dominado em seu estádio. Foi também a sua pior marca de posse como mandante em 2019, somando todas as competições. Em resumo, ninguém havia feito o que o Flamengo fez contra uma das equipes brasileiras mais vitoriosas dos últimos anos.

Não é comum um time colocar o Grêmio na roda. Menos ainda é algo simples de ser executado. Não basta querer, tem que ter qualidade. E fazer isso de forma agressiva e contundente no ataque, como foi o Flamengo, que teve três gols anulados e outras dez finalizações - todas em jogadas trabalhadas, com assistências -, é ainda mais raro e impressionante.

O gol de Pepê deixou a vaga na decisão em aberto, afinal, saber aproveitar as poucas oportunidades que tem, principalmente em um mata-mata, é uma das coisas que colocam o Grêmio como um dos times mais copeiros do Brasil. É o que o torna sempre perigoso.

A atuação rubro-negra, no entanto, independente do placar, o deixa mais perto de alcançar seus objetivos na temporada. Entre eles, a Libertadores.