Rio de Janeiro 16/06/2019 - COPA AMERICA - Khoukhi do Qatar comemora seu gol durante partida contra a selecao do Paraguai no estádio do Maracana, neste domingo 16. Foto: Luciano Belford/ Agência O Dia. - Luciano Belford/Agência O Dia
Rio de Janeiro 16/06/2019 - COPA AMERICA - Khoukhi do Qatar comemora seu gol durante partida contra a selecao do Paraguai no estádio do Maracana, neste domingo 16. Foto: Luciano Belford/ Agência O Dia.Luciano Belford/Agência O Dia
Por HUGO PERRUSO

O clima no Maracanã parecia o de uma semifinal de Estadual entre pequenos. Público reduzido, torcedores dos quatro grandes em harmonia na arquibancada. Mas o sotaque espanhol e as muitas camisas alvirrubras dos paraguaios não deixavam dúvida: era uma partida de Copa América. E mais animada do que prometia ser, com o surpreendente Catar, convidado da competição, indo buscar o empate em 2 a 2 com o Paraguai e levantando a arquibancada nos minutos finais. No fim, acabou valendo a pena e as duas seleções deixaram a Argentina na lanterna do Grupo B.

Com ingresso mais barato a R$ 120 — o único setor esgotado, segundo o site de venda da Conmebol —, o público de apenas 19.162 pagantes foi constrangedor. O Maracanã esteve frio a maior parte do tempo, com cânticos pontuais mais na chacota ("Vamos virar Catar" e "Olê, olá, Catar"), até o gol de empate do Catar aos 32 do segundo tempo, quando a torcida passou a fazer muito barulho e torcer pela virada dos convidados. Foi divertido.

Para ganhar ainda mais o apoio da torcida, a delegação do Catar contratou uma produtora de eventos para distribuir ao redor do Maracanã 2.500 produtos, entre camisas, cachecóis e bandeiras do país. Além do Rio, a ação acontecerá em São Paulo e em Porto Alegre, onde a seleção também jogará.

Mas um torcedor nem precisou desses brindes. Lucas dos Santos, de 22 anos, foi ao Maracanã apoiar os novos amigos. Garçom do hotel onde a delegação catari estava hospedada, o torcedor do Flamengo usava a camisa do Catar do lateral Pedro Miguel, de quem ganhou de presente, e apostou alto.

"Fiz amizade com eles, são muito humildes. Conversava mais com Pedro e ele traduzia. Eles estão nervosos para a competição. Eu comprei ingresso para esse jogo porque era o único que eu podia ir, além disso os preços estão muito altos. Acho que o Catar tem chances de ir longe, agora vou torcer para que seja campeão", afirmou.

Os cataris também tinham sua pequena torcida. Entre eles, Nadja Boudiaf, mulher do jogador Karim Boudiaf, que entrou no fim da partida. Ela observava com alegria os torcedores na entrada do Maracanã pegando as bandeiras de seu país.

"Só conhecia o Rio e o Maracanã pela TV. Nós estamos muito felizes por estar aqui. As pessoas no Brasil são muito legais, está sendo maravilhoso", afirmou, convidando os brasileiros para a Copa de 2022, no Catar.

"O clima é bonito, apesar de fazer muito calor. A paixão do nosso povo pelo futebol é enorme, vocês vão gostar".

GATITO FERNÁNDEZ SOFRE

Em maioria, os paraguaios ainda tiveram o reforço do ídolo tricolor Romerito. O ex-jogador veio ao Maracanã com uma excursão e foi uma das atrações na arquibancada. "Essa geração ainda está em formação, adquirindo experiência. Vamos aguardar até onde eles podem ir nesta Copa América. Fico feliz pela estreia no Maracanã. Queria jogar, mas já foi meu tempo", brincou Romerito.

Mesmo em maior número, os paraguaios cantaram pouco. E assim quem sofreu foi Gatito, representante dos cariocas no jogo. O goleiro do Botafogo até teve seu nome gritado, mas sofreu mais com os rivais que o chamavam de frangueiro. E o catari Almoez Ali Abdulla poderá contar que ouviu seu nome em coro no Maraca, após fazer o gol.

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