O brilho da medalha de campeão da Copa América não foi suficiente para convencer o brasileiro de que a Seleção está pronta para recuperar a hegemonia no futebol. Sem bancar a permanência à frente do projeto que prioriza a Copa do Mundo de 2022, no Catar, Tite sentiu na pele e em casa a pressão de atender às expectativas de milhões de torcedores.
Com contrato até 2022 e garantido pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, Tite reconhece os desafios pela frente. A renovação é inevitável. Melhor jogador na conquista do nono título continental do Brasil, o capitão Daniel Alves está com 36 anos e deve abrir a vaga para o próximo ciclo.
Selecionáveis, o lateral-esquerdo Renan Lodi (Atlético de Madrid), o volante Fabinho (Liverpool) e os atacantes Rodrygo e Vinicius Junior (Real Madrid) são bem cotados nas próximas convocações. O processo de rejuvenescimento e captação de novos talentos não diminui a cobrança pela evolução do futebol apresentado na Copa América, promessa que Tite não cumpriu.
Encontrar um lugar e função para Neymar é outro problema a ser resolvido. Na ausência de seu principal astro, o coletivo prevaleceu na competição. Com atuações irretocáveis, a defesa foi o setor que mais progrediu. Ofensivamente, o Brasil deixou a desejar e dependeu do brilho individual para superar as marcações mais cerradas. Nesse quesito, o ousado Everton 'Cebolinha' foi quem mais se destacou, a ponto de Tite brincar ao falar sobre a volta de Neymar: "Joga, ele (Everton), Neymar e mais nove".
Fortalecido pela conquista da Copa América, o vitorioso Tite não se ilude com mais um título na carreira. Afinal, nem tudo que reluz é ouro.
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