Por bernardo.argento

Rio - Manaus, Natal e Recife. A imigração italiana no Brasil, que teve seu auge entre 1870 e 1930, passou longe dessas cidades, concentrando-se nas regiões Sul e Sudeste. Mas desta vez esse é o caminho que a seleção italiana terá na primeira fase da Copa, contra Inglaterra, Uruguai e Costa Rica, tentando buscar seu quinto título mundial e deixar para trás a péssima campanha realizada aqui em 1950, quando perdeu para Suécia, venceu o Paraguai e foi eliminada logo na primeira fase.

Existem várias Itálias dentro da Bota, como o país é conhecido por causa do formato de seu mapa. Milão é a capital da moda, Roma é pura história, enquanto Florença é um dos berços das artes. Veneza com suas gôndolas atrai os apaixonados casais, e Nápoles assusta com a violência promovida por mafiosos. Em meio a tudo isso ainda há o Vaticano, que, embora seja um país (menor território do mundo), fica no seio de Roma.

Na primeira fase da Copa, Itália irá encarar Inglaterra, Uruguai e Costa RicaReuters

Entre os povos europeus, o brasileiro tem muito em comum com os italianos, que são expansivos em seus gestos e não têm a mesma frieza de seus vizinhos, de um modo geral. Abraçam, gesticulam, falam alto, um comportamento repetido milhares de quilômetros de distância em um almoço de domingo no Brás, bairro italiano de São Paulo. Apesar da bandeira estampar branco, vermelho e verde, a seleção de futebol joga de azul.

Conhecida como Azzurra, a equipe tem na cor do uniforme uma homenagem à família real italiana, os Savóia, que lutaram pela unificação do país no século 19. Apesar disso, o primeiro uniforme, em 1911, era branco porque o tecido era mais barato, mas durou apenas dois amistosos. Em 1938, os italianos adotaram um modelo preto, cor do fascismo de Benito Mussolini, contra a França, nas quartas de final na Copa, e venceram por 3 a 1. Na final, de azul, derrotaram a Hungria por 4 a 2.

Berço da civilização ocidental ao lado da Grécia, o Império Romano deixou uma herança que perdura até os dias de hoje. A ele devemos agradecer grande parte das leis e o alfabeto.

Na parte cultural, a Itália deu ao mundo o movimento renascentista, um marco na nossa civilização. Entre os séculos 15 e 16, teve como expoentes os gênios Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo, que foi o arquiteto da cúpula da Basílica de São Pedro, além de ter pintado o teto da Capela Sistina, em uma das obras mais admiradas de toda a humanidade. Ainda esculpiu em mármore a Pietá, que representa Jesus nos braços de Maria e que se encontra na Basílica de São Pedro.

Você pode gostar