Por pedro.logato

Rio - Com estádios que estouraram o orçamento inicial e obras de infraestrutura atrasadas ou sem terem saído do papel, a Copa no Brasil pelo menos tem um ponto positivo com relação ao investimento das 12 sedes: houve melhora na prestação de contas. Na segunda edição da pesquisa ‘Indicadores de Transparência Estadual’, organizada pelo Instituto Ethos, dez estados tiveram melhora em seus índices de transparência. O Rio de Janeiro perdeu uma posição no ranking e ficou apenas na oitava colocação, com grau considerado baixo (37,68).

O estudo, que faz parte do ‘Projeto Jogo Limpo’, avaliou o nível de divulgação para a população, pelos governos estaduais, dos dados sobre os gastos para a Copa. Com 90 perguntas baseadas em quatro leis federais sobre transparência — como a Lei de Acesso à Informação e a Lei do Portal da Transparência —, Pernambuco (70,16) e Ceará (68,55) tiveram os melhores índices e alcançaram o alto grau de transparência.

Gastos com o Maracanã ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhãoEduardo Cardoso / Agência O Dia

O Amazonas, único a não possuir um serviço de informação ao cidadão via internet (e-SIC) — apesar da obrigatoriedade desde 2012 —, foi o de pior avaliação (18,88). Enquanto São Paulo teve a maior melhora em relação à primeira pesquisa (de 24,52 para 51,94), só Minas Gerais teve reduzido o índice de transparência (de 56,20 para 47,14) e foi quem mais atrasou no envio das respostas ao estudo (38 dias). Somente quatro estados responderam no prazo e Paraná foi o mais rápido (dez dias).

O que chama a atenção é que, apesar da melhora de quase todos os estados, os índices de transparência ainda estão muito abaixo do considerado ideal, que seria de 89,98.

“A Copa é uma boa oportunidade de testar o grau de transparência dos estados que serão sede. Temos que reconhecer que temos avançado”, afirmou o diretor-presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, no evento ‘Balanço da Copa 2014: Como está esse jogo?’, na sede da OAB (RJ).

Brasília foi avaliada no estudo apenas com as cidades-sedes, divulgado em dezembro, mas serviu de exemplo por ter saído de índice muito baixo (14,29) para a melhor nota (77,26). “Transparência já é um legado da Copa. Pode-se discutir o mérito dos gastos, mas é inegável que estados e cidades são forçados a prestar contas do que gastaram”, explicou o secretário de Transparência e Controle do DF, Mauro Noleto.

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