Rio - Faltando cerca de duas semanas para o começo da Copa do Mundo, o Maracanã, palco da final da competição e de outros seis jogos, passa a ser protagonista do espetáculo. É possível ver estrangeiros, sozinhos ou em grupos, nas proximidades do estádio, batendo foto, tirando dúvidas e se divertindo. O local já pertence ao trajeto turístico da Cidade Maravilhosa.
Alvaro Cabria, de 32 anos, é da Guatemala, mas mora em São Paulo, onde trabalha como contador. Ele está no Rio de Janeiro há três dias, com a esposa Paola Hernandez e o genro Jenner Hernandez, e já volta para a capital paulista nesta sexta-feira. Mesmo com pouco tempo, fez questão de conhecer o Maracanã e, como seu país está fora do Mundial, revelou para qual seleção vai torcer durante o torneio.

"Para mim, o Maracanã é o estádio mais importante da história do futebol. Estou torcendo para o Brasil. Vamos tentar comprar ingresso para algum jogo no Maracanã. Compramos ingresso para o jogo de Portugal e Gana, em Brasília, na primeira fase. Na fase seguinte não conseguimos nada. Estamos tentando comprar mais", disse Alvaro, que também não conseguiu comprar tíquetes para jogos em São Paulo.
"Moro em São Paulo, então tentei comprar comprar ingresso para a Arena Corinthians, mas estava muito difícil de conseguir. Tudo se esgotou muito rápido", concluiu.

Críticas aos gastos com o Maracanã
Assim como o trio da Guatemala, o mexicano Andrés Alonso também mora temporariamente em São Paulo, cidade que escolheu para fazer intercâmbio. Mesmo admirando o Maracanã, Andrés demonstra estar atento às críticas dos brasileiros quanto aos gastos públicos para reformar os estádios da Copa do Mundo.
"Acho que é muito dinheiro para uma obra assim. Eu, sendo estrangeiro, acho que não deveria ser prioridade do Brasil (investir em reformas de estádio). Do jeito que estão as coisas, os brasileiros se voltaram contra a Copa", comentou o estudante de 18 anos, natural de Morelia.
Apesar da alfinetada, Andrés disse que gostaria de assistir a jogos no Maracanã e comemorou o fato de ter conseguido ingressos para assistir a três partidas do Mundial, inclusive da sua pátria, que está no Grupo A, ao lado do Brasil.
"Gostaria de ver a final, no Maracanã, e os outros bons jogos que vão ter aqui, mas não consegui. Mas comprei ingresso para o jogo do meu país, México, com a Croácia, em Recife (23 de junho, na Arena Pernambuco). Consegui também ingresso para as oitavas de final, em Fortaleza, e quartas, em Salvador", disse o mexicano, que, no entanto, não espera grande campanha do México na Copa.
"Temos bons jogadores, como Oribe Peralta, Chicharito, Giovani dos Santos e o capitão Rafa Marques, mas não dou mais do que as quartas de final para o México. É o máximo, não vai passar dali", sentenciou.
Turista alemão teme possível confronto do seu país com a Seleção Brasileira
Há cinco dias no Rio, sendo dois de folga, o alemão Finn Kirchner, que trabalha para a companhia aérea Lufthansa, aproveitou a ocasião para conhecer o famoso estádio do Maracanã. Apaixonado por futebol, ele não vê a sua seleção com chances de conquistar a Copa do Mundo, apesar de ser formada por jogadores do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund, duas das maiores potências entre os clubes europeus.

"Individualmente, a Alemanha tem ótimos jogadores, mas acho que não somos mais tão bons como éramos há alguns anos. Nosso time é ofensivo demais e não temos tantos bons jogadores defensivos. O técnico (Joachim Löw) faz as escolhas táticas erradas e fica nervoso em partidas importantes, como nos últimos jogos contra Itália e Espanha. Somos bons contra seleções pequenas, podemos ganhar, mas se encaramos Brasil ou Argentina teremos problemas", garante Finn, que continou criticando o trabalho do treinador germânico.
"Ele não escolheu os jogadores certos (para a Copa do Mundo), são muito jovens. Ele gosta assim. Eu acho que a Alemanha deveria ter jogadores mais agressivos e com mais personalidade, mas não temos nenhum assim. Quando assistimos a Inglaterra, podemos ver Steven Gerrard ou Frank Lampard, que são jogadores de personalidade e experientes. Se estão atrás no placar, eles brigam mais, têm 'coração' para contornar a situação. Os jogadores da Alemanha são muito jovens, acredito que eles não irão brigar tanto para conquistar a Copa do Mundo", acredita o alemão, torcedor do Frankfurt.