Por pedro.logato

Rio - Os números provam o que se viu em campo — Fernandinho ganhou, com sobras, uma espécie de ‘Duelo dos Inhos’ disputado com Paulinho. Como cada um jogou metade da partida, fica fácil fazer a comparação entre eles. A diminuição, no segundo tempo, dos chutões como forma de ligação entre defesa e ataque pode em parte ser explicada pela entrada do meia do Manchester City.

Paulinho, do Tottenham, deu apenas nove passes, dos quais sete para atacantes (Hulk, Fred e Oscar). Já seu substituto passou a bola 22 vezes, 15 para jogadores encarregados de pressionar a defesa de Camarões. Neymar jogou ao lado de Fernandinho por apenas 21 minutos, e recebeu quatro passes dele. Em todo o primeiro tempo, Paulinho não passou a bola uma vez sequer para o nosso melhor jogador. Fred também não pode reclamar de Fernandinho — do meia partiram cinco passes para ele.

Fernandinho teve grande atuação na partidaReuters

Paulinho percorreu uma distância maior que o seu substituto — 5.695 metros contra 5.349 metros —, mas foi mais lento. Chegou a uma velocidade máxima de 25,96 km/h contra 28,87 km/h alcançados por Fernandinho. Para completar, o camisa 5 ainda fez um gol. Paulinho deve ter ido dormir ontem com a sensação de que, sábado, começará a partida no banco.

E o Neymar, hein? Ele bem que merece uma adaptação daquela frase de Winston Churchill, primeiro-ministro inglês durante a Segunda Guerra Mundial. Num elogio à Real Força Aérea, ele declarou que nunca tantos deviam tanto a tão poucos. No nosso caso, devemos muito a um só. O atacante do Barcelona jogou 72 minutos, mesmo assim foi o segundo jogador brasileiro que mais passes recebeu dos companheiros — 39.

Em primeiro lugar, ficou David Luiz, com 50, mas muitas dessas bolas lhe foram entregues por outros jogadores de defesa, como Julio Cesar e Thiago Silva. Neymar também foi o mais rápido do time, chegou a 31,07 km/h. Seus pés, como já desconfiávamos antes da Copa, serão fundamentais para que coloquemos as mãos na taça.

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