Por rodrigo.hang

Uruguai - O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou nesta sexta-feira que a sanção imposta pela Fifa a Luis Suárez por morder o italiano Giorgio Chiellini ficará "na pior memória da história do futebol", como uma "eterna vergonha". Em seu habitual discurso radiofônico na emissora "M24", o presidente considerou a sanção da Fifa uma "agressão" a "todo um país".

Presidente do Uruguai defende Luis Suárez e diz que não viu mordida em Chiellini

O presidente uruguaio criticou a conduta da Fifa ao penalizar o atacante Luis SuárezEfe

"Tivemos que sofrer não uma injustiça ou uma sanção, que em parte poderia entender-se, mas só em parte. Mas não se pode entender jamais a truculência, a forma, os procedimentos aplicados. Uma monstruosa agressão. Não só a um homem, mas a um país", declarou o presidente.

Mordido, zagueiro italiano Chiellini considera punição de Suárez exagerada

Mujica comentou que por este motivo foi de madrugada ao aeroporto receber o jogador da Celeste em seu retorno da concentração da seleção uruguaia no Brasil, de onde foi expulso por ordem da Fifa.

"Fomos receber este rapaz, mas erramos no horário. Voltamos às 5h da manhã e no meio da pista, em nome do povo uruguaio, lhe demos um humilde abraço e o convidamos a seguir vivendo, aprendendo. Estávamos com a família o recebendo em uma manhã fria, mas todos com o coração quente, unidos como sociedade", relatou Mujica.

Fifa suspendeu o atacante Suárez após mordida do uruguaio no zagueiro italiano ChielliniEfe

Diego Maradona usa camisa em solidariedade ao uruguaio Luis Suárez

Apesar da indignação com a Fifa, o presidente, um ex-guerrilheiro de 79 anos, ressaltou que a Copa do Mundo é acima de tudo "uma festa esportiva" e não "uma guerra". Ele pediu "que a dor e a ofensa não nos diminua a alma nem a visão. Confiamos e estamos ao lado de nossos compatriotas no triunfo ou na derrota", acrescentou.

Antes, em um programa de televisão no qual foi entrevistado por Diego Maradona, Mujica havia qualificado a sanção como uma "agressão contra os meninos do povo uruguaio".

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