São Paulo - Um é tímido, introspectivo, baixa a cabeça quando dá entrevistas e fala mais com os pés do que com a boca. O outro é um verdadeiro fanfarrão, capaz de sentar no trono papal em uma visita da seleção argentina ao Sumo Pontífice, jogar água no rosto do próprio treinador, Alejandro Sabella, e tirar do sério o principal jogador do clube pelo qual atua, o marrento Ibrahimovic. O tímido Lionel Messi e o escrachado Ezequiel Lavezzi são duas das principais armas da Argentina para o jogo decisivo contra a Suíça, nesta terça-feira, na Arena Corinthians.
Sabella deve confirmar nesta segunda-feira o fanfarrão atacante do Paris Saint-Germain na vaga de Sérgio Agüero, que sofreu lesão muscular na vitória sobre a Nigéria. Com personalidades tão díspares, Messi e Lavezzi têm uma série de coincidências que os afasta e os aproxima. Nascidos na Grande Rosário, cada um torce por um dos times da cidade. Messi é "hincha" do Newell's Old Boys. Lavezzi é fanático pelo Rosário Central, o arqui-inimigo do Newell’s - ele tem até um viking com o escudo do clube tatuado no braço direito.
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Em seu primeiro jogo por uma seleção hermana, Messi entrou justamente no lugar do atacante com pinta de galã latino no massacre por 8 a 0 da equipe sub-20 sobre os garotos do Paraguai. Mas, na equipe, cada um tem o seu papel. Messi é o craque candidato a Deus. Lavezzi é o animador, como o descreve o meio-campo Ricky Álvarez.
“Ele é o palhaço do nosso grupo. Está sempre fazendo todo mundo rir. Não para um segundo”.
Sem pressão, suíços acham que podem fazer história
A tática é manjada e conhecida. Mas tem dado resultado nessa imprevisível e surpreendente Copa de 2014. O time mais fraco joga todo o favoritismo e pressão para o mais forte e vai a campo para ver o que acontece. Essa é a estratégia da Suíça para o decisivo confronto com a Argentina.
“Se vencermos a Argentina escreveremos um pedaço da história do futebol suíço. Isso pode mudar o futuro de cada jogador aqui”, disse o volante Behrami.
No entanto, o último confronto entre as duas seleções não dá motivos para grandes esperanças. Em 2012, os argentinos venceram por 3 a 1 em Berna, com três gols dele, Lionel Messi.
“Foi uma experiência muito impressionante. Naquele tempo já conseguíamos ver que não poderíamos dar espaço para ele jogar. Não é simples pará-lo!”, disse Inler, o outro volante do time.