Minas Gerais - Quando o goleiro Julio Cesar fez dois milagres ao defender as penalidades dos chilenos Pinilla e Sanchez, e contou com a ajuda da sorte, na cobrança de Jara na trave, o agente penitenciário Diego Fernandes da Silva, 33 anos, desabou em lágrimas. Não acreditava que o mesmo terço de São Bento, que ele presenteara um ano antes o goleiro Victor — momentos antes da decisão por pênaltis da Libertadores de 2013, entre Atlético-MG e Olímpia — operava o seu segundo milagre. O amuleto ajudou a Seleção a garantir vaga nas quartas do Mundial.
No dia seguinte à dramática classificação no Mineirão, Diego ainda estava emocionado. Tanto que pediu ao ‘Ataque’ para entregar a Julio Cesar o presente de fé, um terço de São Bento, o santo protetor que exorciza demônios. “Espero que o terço seja do seu agrado, e que dê a ele a mesma sorte que tem dado ao Victor. O terço foi produzido na cidade de Sete Lagoas por crianças da Igreja Mundo Novo, que lutam contra as drogas. É um símbolo de fé e superação”, diz o torcedor que relembra o que aconteceu.
“Foi emocionante demais, até chorei. A fé do Victor foi muito grande ao passar o terço que lhe deu tanta sorte para o Julio Cesar, que pegou também com fé. Podiam bater quantos pênaltis fossem que ele ia pegar. A fé estava com a gente e deu Galo novamente na cabeça, porque o terço é do Galo”, vibra o atleticano.
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Curiosamente foi um cruzeirense que alertou Diego de que Victor havia passado para Julio Cesar o terço da sorte. “Estava vendo o jogo na casa de amigos e de repente um deles gritou: ‘Olha lá o seu terço, Diego’. Fiquei sem acreditar e depois das defesas chorei”, relembra Diego, filho de um ex-seminarista, seu Laerte, com quem aprendeu a ser temente a Deus e devoto de São Bento. “Rezo todos os dias e peço a ajuda de São Bento que é um grande protetor. Fé é tudo!, profetiza Diego, que espera que a fé ajude o Brasil à ser hexa.
Título da Libertadores foi o primeiro milagre
A conquista da Libertadores pelo Atlético-MG está prestes a completar um ano, mas Diego ainda se lembra bem da final contra o Olimpia, no Mineirão, quando o terço que carregava foi parar nas mãos de Victor e ajudou o goleiro do Galo na histórica decisão por pênaltis.
“Sou muito religioso. Na final da Libertadores fui com um amigo para o Mineirão, mas sem dinheiro. Tinha um celular do Paraguai e troquei por um ingresso. Entrei no estádio e foi aquele sofrimento todo”, recordou Diego.
O atleticano conseguiu dar o terço para o massagista Belmiro, com a missão de que ele fosse entregue para Victor. “Eu estava estressado, mas fiquei tranquilo porque tinha certeza de que daria certo. Na hora em que acabou o jogo, nem lembrava de terço. Depois, a imprensa repercutiu”, lembrou.
Com o presente de Diego, Victor brilhou contra o Olimpia ao defender a cobrança de Miranda. Depois, ele conseguiu encontrar o goleiro. “Tinha uma coisa no terço que só eu sabia, que era uma parte da etiqueta do preço (R$ 9,90)”, disse Diego.