Por pedro.logato

São Paulo - De um lado uma nação que trata o futebol como uma religião, com seu próprio “Deus”, Diego Armando Maradona, e um candidato a “Jesus Cristo”, Lionel Messi. De outro um azarão quase sem tradição, que faz da relojoaria sua principal marca e tem uma proximidade com o futebol quase tão fria quanto seus Alpes. Assim se pode resumir a relação de Argentina e Suíça com o mais popular dos esportes. São essas visões tão antagônicas sobre o futebol que hoje entrarão em campo em busca de uma vaga nas quartas de final do Mundial do Brasil.

Messi vem fazendo um grande mundialEfe

Para os argentinos, que a exemplo do que fizeram no Rio e em Belo Horizonte chegaram em massa a São Paulo, a maioria sem ingressos, avançar para a próxima fase é, ao mesmo tempo, obrigação e rotina. Da Patagônia à Salta ninguém acredita que o time do jogador quatro vezes eleito o melhor do mundo possa encerrar sua história na Copa nesta terça. E por falar em Leo Messi, será a primeira vez que o herdeiro direto de Dieguito pisará no gramado de um estádio da maior cidade brasileira. Os jogos recentes em que atuou no pela seleção argentina no Brasil, pelas Eliminatórias ou na Copa, foram no RJ, BH e Porto Alegre, sua última escala antes de chegar à Sampa.

LEIA MAIS: Notícias e bastidores da Copa do Mundo

Shaquiri já tem três gols na CopaReuters

Simpático, Messi fez média com o time que é dono do estádio onde jogará e também da maior torcida da cidade. O craque posou com uma camisa corintiana com a inscrição “Messi. Bem-Vindo à Arena Corinthians”. Ex-jogador do clube, o volante Mascherano também ganhou o mesmo mimo. A ironia é que o 10 argentino e do Barcelona é acusado de ter barrado na seleção de Alejandro Sabella o último ídolo hermano do Timão, o atacante Carlito Tevez. Masisso é passado. Nesta terça, La Pulga, só tem olhos para os suíços.

Fé no poder da mente

Mais do que pernas, a Argentina vai apostar na força mental hoje no morno para os padrões brasileiros, mas quente para os argentinos, duelo decisivo conta a Suíça. “No Brasil x Chile falou-se muito no fator emocional. Ele é fundamental nesse momento. É como diz o filósofo popular: uma grama de neurônio pesa mais do que um quilo de músculo”. Sabella não quis confirmar quem entra na vaga do lesionado Agüero. Porém, Lavezzi é favorito para ocupá-la.

Para adiar o descanso do comandante

O decisivo duelo contra a Argentina começou mal para os suíços justamente num quesito em que são considerados imbatíveis: a precisão de seus relógios. A entrevista coletiva do técnico Ottmar Hitzfeld e do volante Okhan Inler atrasou exatos 28 minutos. Aos 65 anos, o chefe já avisou que se aposentará após o Mundial. Mas sonha em adiar o retiro por mais alguns dias. Para isso conta com o apoio dos brasileiros hoje no Itaquerão. “Sabemos que existe um grande rivalidade entre brasileiros e argentinos. Esperamos ter o apoio de vocês”.

Você pode gostar