Rússia - A Fifa abriu neste domingo um expediente disciplinar contra o técnico sérvio Mladen Krstajic, que afirmou que o árbitro alemão Felix Brych "deveria ser enviado e julgado em Haia", aludindo ao Tribunal Penal Internacional que cuida de crimes de guerra na extinta Iugoslávia.
"Fomos roubados", declarou Krstajic, muito aborrecido com o árbitro depois da derrota de 2 a 1 ante a Suíça na sexta-feira pelo Grupo E do Mundial: "Eu não mostraria a ele um cartão amarelo ou vermelho. Eu o enviaria a Haia. Lá poderia ser julgado, como fizeram com a gente", destacou.
Os sérvios ficaram especialmente aborrecidos porque Felix Brych não marcou um pênalti quando Aleksandar Mitrovic caiu na área em uma jogada dos suíços Stephan Lichtsteiner e Fabian Schaer.
A Fifa também abriu neste domingo outro expediente contra o suíço Stephan Lichtsteiner, por causa da celebração de um gol, e contra o presidente da Federação Sérvia de Futebol, Slavisa Kokeza, por suas declarações polêmicas depois da partida.
A partida entre Suíça e Sérvia em Kaliningrado teve um importante tom político.
Na véspera, os jogadores jogadores suíços Granit Xhaka, nascido na Suíça, mas de origem kosovar, e Xherdan Shaqiri, nascido em Kosovo, uma antiga província albanesa majoritariamente sérvia, também foram enquadrados pela Fifa por suas comemorações pró-Kosovo durante a partida.
Os dois jogadores, que marcaram os gols da vitória, imitaram a águia da bandeira albanesa na partida disputada na sexta-feira, um gesto considerado na Sérvia como um símbolo da "Grande Albânia".
O gesto também é uma referência a uma doutrina nacionalista que visa a reunir todos os albaneses nos Bálcãs dentro do mesmo país.
Kosovo, antiga província da Sérvia, declarou em 2008 sua independência, mas Belgrado ainda se nega a reconhecê-la.
A Fifa proíbe terminantemente mensagens políticas em seus estádios.