Rússia - A endeusada, decantada, incensada geração belga escapou de pagar um mico do tamanho do Monte Fuji na Copa do Mundo. Após primeiro tempo tímido, viu o Japão abrir 2 a 0, com Haraguchi e Unui, em apenas seis minutos na segunda etapa, mas, graças à inocência do adversário e aos gols de Vertonghen, Fellaini e Chadli (os dois últimos foram a campo aos 19 minutos e mudaram o jogo), virou o placar, venceu por 3 a 2, nos acréscimos, e se classificou às quartas de final contra o Brasil.
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Muito da vitória belga, porém, passa pela displicência da equipe japonesa, que não teve a milenar sabedoria para manter a vantagem. Mesmo diante de atônitos adversários, os asiáticos adotaram tática kamikase, após o 2 a 2, e cometeram um haraquiri, aos 48 minutos do segundo tempo: bateram mal um escanteio e deram o contra-ataque a De Bryne, que tocou para Meunier cruzar na área, Lukaku fazer o corta-luz e Chadli aproveitar a sobra para mandar a bola para a rede. Virada na base da raça.
Dona da melhor campanha na primeira fase da Copa, com três vitórias, a Bélgica chegou a uma invencibilidade de 23 jogos — não perde desde setembro de 2016, com 17 triunfos e cinco empates. Ontem porém, quase jogou tudo por terra e deu adeus de forma traumática ao Mundial. Diante de um Japão bem postado, a equipe do técnico Roberto Martínez teve dificuldade para impor seu jogo no primeiro tempo. Apesar do domínio territorial, não criou uma chance clara de gol.
A expectativa era de que este domínio aumentasse na segunda etapa, mas o que se viu foi um Japão ousado. Logo aos 2 minutos, Haraguchi recebeu lançamento de Kagawa, contou com falha de Vertonghen e mandou a bola no canto de Courtois. Hazard, aos 3, ainda acertou a trava, mas Inui, aos 6, voltou a balançar a rede, após passe açucarado de Kagawa.
Incrédulos, os belgas se desesperaram. Os japoneses pareciam não acreditar na façanha que obtinham. Aos 23, Vertonghen diminuiu, após falha do goleiro Kawashima. O lance acendeu a faísca dos Diabos Vermelhos e Fellaini, aos 28, aproveitou cruzamento de Hazard para, de cabeça, empatar. Quando todos esperavam a prorrogação, veio o cochilo fatal do Japão e o gol de Chadli, que mantém a Bélgica viva no Mundial e no caminho do Brasil na busca pelo hexa.
FICHA TÉCNICA
BÉLGICA 3 x 2 JAPÃO
Local: Arena Rostov, em Rostov (Rússia)
Arbitragem: Malang Diedhiou (Fifa/Senegal)
Público: 41.466
Cartão Amarelo: Shibasaki
Cartão Vermelho: -
Gols: Haraguchi, aos 2, Inui, aos 6, Vertonghen, aos 23, Fellaini, aos 28, e Chadli, aos 48 minutos do segundo tempo.
BÉLGICA - Courtois; Vertonghen, Kompany e Alderweireld; Meunier, De Bruyne, Witsel, Carrasco (Chadli), Mertens (Fellaini) e Eden Hazard; Romelu Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.
JAPÃO - Kawashima; Sakai, Yoshida, Shoji e Nagatomo; Hasebe, Shibasaki (Yamaguchi), Haraguchi (Honda), Kagawa, Inui; Osako. Técnico: Akira Nishino.