Rússia - Pfaff, Gerets, Scifo, Vercauteren e Ceulemans ou Courtois, Kompany, De Bruyne, Hazard e Lukaku? Qual, afinal, pode ser considerada a geração de ouro do futebol belga? A atual é mais badalada. A anterior detém o maior feito do país na principal competição de futebol do planeta: um honroso quarto lugar na Copa do Mundo de 1986, no México.
Uma vitória sobre o Brasil, amanhã, em Kazan, será um divisor de águas para os craques comandados pelo técnico Roberto Martínez. Além de colocá-los em outro patamar na história, os deixará em condições de superar o feito de 32 anos atrás.
Até o momento, a atual geração belga, apesar do inegável talento, é tida como a seleção do quase, com bom futebol, alguma fama e nenhuma conquista de peso. Retrospecto inferior à equipe que brilhou na década de oitenta e foi vice-campeã da Eurocopa de 1980. A atual foi eliminada nas quartas de final da Copa de 2014, diante da Argentina, e da Euro de 2016, por País de Gales.
Mesmo assim, Lukaku & Cia acreditam ter futebol para desbancar a decantada geração comandada pelo experiente treinador Guy This. No Mundial de 1986, a Bélgica só foi batida nas semifinais, pela futura campeã Argentina de Maradona, autor dos gols da vitória por 2 a 0, no Estádio Azteca. De quebra, Pfaff foi eleito o melhor goleiro da Copa e Scifo o melhor jogador jovem. Pfaff e Ceulemans ainda fizeram parte da seleção do torneio.
'GANHAR SEMPRE'
Maior estrategista do futebol belga, Guy This é o responsável por ter criado e comandado a geração que, depois de 60 anos de amargura desde a conquista da medalha de ouro do futebol na Olimpíada de Antuérpia em 1920 recolocou os Diabos Vermelhos no cenário mundial. Com jogadores talentosos e o lema "é preciso ganhar sempre, não importam os métodos, nem sequer as maneiras", o exigente técnico comandou a seleção por dez anos. Outro feito daquela equipe foi a vitória por 1 a 0 (gol de Vandenbergh) sobre a campeã mundial Argentina na abertura da Copa da Espanha, em 1982.
BATER O BRASIL E ERGUER A TAÇA
Já na equipe atual, todos os jogadores estão nas grandes ligas europeias e tem vivência em Copas do Mundo, o que faz a torcida acreditar que a seleção possa, enfim, brilhar e superar os feitos do passado. Na primeira fase do Mundial da Rússia, os belgas fizeram a melhor campanha, o que jamais havia acontecido. De quebra, marcaram nove gols nos três primeiros jogos do Grupo G, três a mais do que o recorde anterior (seis), na Copa de 2002.
Além disso, o total de gols (12) já é igual ao da equipe que brilhou em 1986, quando a Bélgica disputou sete partidas. Após a heroica vitória por 3 a 2 sobre o Japão, a ambição, agora, é jogar de igual para igual com o Brasil, voltar às semifinais e provar que a geração de ouro da Bélgica é a atual, se possível, erguendo a taça no dia 15 de julho, em Moscou.
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