Neymar é atacante da seleção brasileiraAFP
Por Vitor Machado
Publicado 14/07/2018 12:00 | Atualizado 14/07/2018 18:55

Rússia - A cada rolamento a mais de Neymar após as pancadas recebidas ou mesmo quando simulava uma falta , o jogador apanhava da opinião pública, e o produto entrava em viés de queda. Segundo especialistas em marketing esportivo, a imagem do camisa 10 da Seleção caiu na cotação geral. Um dos caminhos apontados para reerguê-la seria sair debaixo da asa do pai e buscar um gerenciamento de carreira profissional que o levante do chão para voar.

O diagnóstico é de Amir Somoggi, diretor da Sports Value Marketing Esportivo. Na sua visão, a fama de cai-cai gera questionamentos sobre a capacidade do astro, mesmo que ele seja o quarto maior artilheiro da Seleção na história e que já tenha conquistado uma Libertadores e uma Liga dos Campeões, entre outras taças.

"O Neymar paga o preço de ser brasileiro. Será cobrado para ser Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates ou Ronaldo. Ele é muito craque, mas acho que chegou a hora de ter uma assessoria que vai além do pai. Deu. Foi uma fase boa, faturou muito, mas no momento há um desgaste, um arranhão na imagem", analisou Somoggi.

Um fato novo, como se transferir para o Real Madrid, poderia mudar o foco, embora o clube merengue negue que exista negociação. Somoggi usa como parâmetro a repercussão, para ele calculada, da ida de Cristiano Ronaldo para a Juventus. De acordo com o especialista, jogadores como Mbappé e Hazard saem da Copa com o nome mais em pé do que o de Neymar. Se o brasileiro quiser ser o melhor do mundo, precisará mais do que gols e títulos.

"Tem que fazer para daqui a quatro ou cinco anos ser o maioral. Ou pode não chegar lá. Dá para ser rico e ter mil e um patrocinadores, mas precisa decidir se será um menino ou um homem", afirmou Somoggi, para quem Neymar precisa chamar mais atenção pelo que faz dentro de campo do que com mudanças de penteado e redes sociais: "Tem que jogar futebol. O resto é o resto. O Messi, muito antes de mudar a barba e fazer tatuagem, já tinha ganho três Ligas dos Campeões. O Pelé, com a idade do Neymar, era bicampeão do mundo."

Para o dono do site Mktesportivo.com, Eduardo Esteves, no ramo há dez anos, Neymar também causou um ruído à sua imagem com seu longo silêncio: "Neymar não se portou como líder e principal nome do nosso futebol. Ele se omitiu muitas vezes e fugiu de dar entrevistas e oferecer algum alento ao torcedor", disse Esteves.

Para o professor de gestão e marketing esportivo Alexey Dantas, Neymar terá que correr atrás do prejuízo em campo, mas sem cair: "O Neymar não é um menino, tem 26 anos. Para reverter, ele tem que ter desempenho, sobretudo na Seleção, condizente com o que se espera dele. A memória do torcedor é curta. Se não mudar, vai ter a antipatia do torcedor, da mídia, do clube e de patrocinadores".

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