O choque e a avalanche

O Flamengo foi campeão da Libertadores e do Brasileirão em dois dias. Alegria para muitos. Mas tristeza também. Os rivais no Rio de Janeiro olharam a mudança do Rubro-Negro durante todos os últimos anos se concretizar e ser traduzida em títulos. E, querendo ou não, isso incomoda. Incomoda tanto que a torcida do Vasco tem feito uma adesão jamais vista na história do futebol brasileiro. Um abraço no clube de coração que pode ser explicado como um recado: "Nós estamos aqui e vamos te reerguer". Na segunda-feira, o Vasco tinha cerca de 33 mil sócios torcedores. Até o momento em que essa coluna foi escrita, havia passado dos 60 mil. Tudo isso em menos de quatro dias. A promoção de 50% nos planos deu muito certo. Bola dentro da diretoria, que também sofreu o choque do arquirrival, mas sentiu muito mais a avalanche vascaína. Grande fase!

A Supercopa do Brasil vai abrir o calendário de grandes jogos no futebol nacional. A CBF deve marcar a partida entre Flamengo e Atlhetico-PR para 19 de janeiro. E eu acho essa competição o máximo. Medir as forças dos campeões do Brasil em um duelo para esquentar a temporada e, o melhor, com mais um título em jogo. Esses dois aí já se conhecem de outros carnavais.

Estava vendo a entrevista do volante Allan, do Fluminense, e gostei muito da postura mostrada por ele. Reflete o pensamento de todo o elenco e da diretoria. O Tricolor não tem que ficar fazendo contas. São quatro jogos e todos têm que ser encarados com possibilidade de vencer. É pensar em ganhar, não em fazer pontinho. Lógico que é importante olhar para os rivais, mas fazendo o seu já garante a permanência na Série A do Brasileiro. Foco.

O técnico Vanderlei Luxemburgo é um dos grandes nomes do futebol brasileiro na história e passou por um momento complicado ao descobrir um câncer de pele no nariz. A cirurgia foi bem sucedida e, fominha que é, já vai estar comandando o Vasco do banco contra o São Paulo logo mais. Mas essa nota aqui é de felicidade por ter dado tudo certo. É um cara do bem.