Rio - Ao contrário do ditado popular, no Flamengo, santo de casa faz milagre. Que o digam Paulo Cesar Carpegiani, Carlinhos e Andrade, quase canonizados após brilharem com o Manto Sagrado. Endeusados por centenas de fiéis torcedores, os três carregam a aura de terem elevado o rubro-negro aos céus e conquistado — como jogadores e treinadores — títulos históricos. Mais novo discípulo dessa doutrina, Jayme de Almeida está a 90 minutos de entrar no paraíso em vermelho e preto.
Carismático, o ex-jogador do Fla na década de 70, contará, contra o Atlético-PR, com o voto de confiança de Andrade. Campeão brasileiro em 2009, antes de ser crucificado pela diretoria, ele tem outro motivo para rezar pela ressurreição do time em 2013: torcer por um amigo de fé, irmão camarada.
“Conheço o Jayme há mais de 30 anos. Ele é um cara extraordinário e um técnico muito competente. Faz um trabalho sério, sem oba-oba e merece ser campeão”, enaltece Andrade, que vê semelhanças com o trabalho feito por ele em 2009:
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“Pegamos o Flamengo em dificuldades e demos conta do recado. Mas é assim. Quando há crise, ressuscitam os santos de casa para livrar o time do purgatório e levá-lo ao paraíso”, brinca Andrade, que não crê na crucificação de Jayme em caso de perda da Copa do Brasil.
“Ele não merece ser demitido. E isso não acontecerá, pois hoje há uma nova diretoria, com mentalidade profissional. Vão valorizar o trabalho dele”, avalia Andrade, que garante já ter perdoado Patricia Amorim & Cia.
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SANTA PROFECIA
Heresias à parte, Andrade também põe fé na mística do Fla para fazer a alegria dos súditos no Maraca.
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“Estou confiante. Se o time perder este título será um pecado”, frisa o treinador, que deve assinar com o São João da Barra para a Série B do Carioca, e arrisca até o placar: “Fla 2 a 0, gols de Hernane e Elias.” Santa profecia.
