Por pedro.logato
Rio - Quando Vanderlei Luxemburgo distribuiu os coletes para os titulares pela primeira vez em 2015, na última segunda-feira, Alecsandro e Márcio Araújo foram pegos de surpresa. O artilheiro do time na temporada passada e o volante titular, cuja renovação do contrato foi pedida pelo treinador, estavam barrados. Mas, com 33 e 30 anos, respectivamente, os dois garantem ter bagagem suficiente para não se abater.
"Isso do colete é engraçado. Quando se é mais jovem, você fica no alongamento de olho no treinador, vendo se ele está próximo, se vai te dar o colete. Agora é um pouco mais tranquilo. No futebol tem um ditado que a foto do primeiro jogo nunca é igual à do último. O primeiro time que começou com certeza não será o da foto de campeão carioca", afirmou Alecsandro, que marcou 21 gols em 2014.
Alecsandro quer volta para a equipe titularUanderson Fernandes

"É apenas o começo da temporada. Houve uma escolha para o bem do Flamengo. A gente sabe que o time tem que evoluir, para isso precisa haver uma mudança técnica e tática. Espero me enquadrar, buscar meu espaço e estar entre os 11", disse Márcio Araújo, autor do gol do título carioca do ano passado.

Alecsandro sofreu uma grave lesão na face, na partida contra o América-RN, em 15 de outubro passado. Na cirurgia de reparação, ele recebeu 22 pinos, duas placas de titânio, tela biológica e ainda foi usado cimento ósseo para corrigir a fratura. Por isso, ficou fora dos 12 últimos jogos da temporada, entre eles a derrota por 4 a 1 para o Atlético-MG, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Brasil.

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Apesar de o local ainda estar inchado, o atacante garante estar pronto para jogar. Além da recuperação clínica, ele revela ter encontrado no futevôlei a sua terapia. Para ele, a lesão não tem ligação com a barração.
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"Se ele (Vanderlei) percebesse (falta de confiança) ou se eu não estivesse liberado, ele com certeza nem me botaria para treinar. Como acontece com o Paulinho, que em alguns momentos não treina com o grupo. O Luxemburgo sabe que posso cabecear. Já fiz treino de finalização. Usei o futevôlei, que me ajudou muito", analisou Alecsandro, que emendou.
"Posso dizer que joguei quatro, cinco vezes futevôlei com muito medo de cabecear, lá em Bauru, minha cidade. Eu ligava para o médico, e ele dizia para eu continuar. Acabei ganhando o torneio, lógico, até porque era em casa, eu que fiz, então tinha que ganhar (risos). E cabeceando normalmente."
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Não é à toa que ele e Léo Moura costumam dominar as disputas na rede do resort onde o clube realiza pré-temporada. Sorridente, mesmo barrado, Alecsaandro só muda de semblante quando lembra dos momentos difíceis depois da lesão, quando pensou até em abandonar o futebo. Com olhos marejados, o artilheiro expõe o desejo de fazer um gol de cabeça para seu filho:
"Hoje estou mais tranquilo para cabecear do que há dez dias. Usei o futevôlei nas férias para ganhar confiança. Hoje estou bem preparado para 2015 e ansioso para voltar a jogar e para fazer um gol de cabeça pra mostrar pro meu filho que voltei. Ele foi o primeiro que perguntou se eu teria que parar. Isso me dá mais vontade."
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Para Márcio Araújo, a busca por espaço passa por sua versatilidade, característica desse grupo do Flamengo. O jogador afirma que pode jogar de primeiro volante, de segundo ou aberto pela direita:
"O grupo está mais enxuto, mas não tem necessidade de tanta contratação porque tem vários jogadores com características diferentes. O Vanderlei pode mudar durante o jogo parte a tática ou de um jogo para outro. Os clubes que têm conquistados títulos e brigado ali na frente, como Atlético-MG e Cruzeiro, têm servido de espelho e temos um treinador inteligente que tem buscado isso."
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