Por pedro.logato
São Paulo - Um 4-3-3 compacto, de intensa movimentação, toques curtos, a maioria de primeira, e muita objetividade. Com esses ingredientes, Vanderlei Luxemburgo coloca no forno um Flamengo à moda Real Madrid. Longe de estar pronta, a receita cheira a modernidade e já aguça o apetite do capitão Léo Moura:
“É difícil implementar isso, mas se pegar vai ficar bom. O gramado daqui ajuda também”, disse o lateral.
Luxemburgo passa instruções para os atletasUanderson Fernandes

O modo de preparo exige paciência. Ontem, Vanderlei primeiro azeitou a movimentação da equipe sem a bola. O treinador dividiu o campo em três faixas e exigia que os dez jogadores de linha se agrupassem sempre em apenas uma delas. Depois, já com a bola, os titulares trocavam passes rápidos, com muitas mudanças de posição.

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A técnica foi aprendida com o chefe italiano Arrigo Sacchi. Entre 1987 e 1991, o treinador comandou o Milan de Gullit e van Basten, cujo sabor lembrava a Holanda de Rinus Michels.
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Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, foi jogador de Sacchi no Milan. E hoje delicia o mundo com um Real Madrid que no ano passado conquistou a Copa do Rei, a Super Copa da Europa, a Liga dos Campeões e o Mundial.
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Com esse tempero merengue que Vanderlei pretende alimentar os sonhos da torcida do Flamengo. E fazer os adversários engasgarem. Mas sem deixar de dar o seu toque de chefe, adaptando a receita à sua realidade. “Domina, vira e passa. Velocidade”, pedia o treinador para o time, que, com triangulações rápidas, chegava sempre à linha de fundo, ora com os laterais Léo Moura e Thallyson, ora com Gabriel e Everton.
Na marcação ele também quer ver o time girando, ocupando espaços: “Vamos. Não quer time robô. Estou fazendo o desenho, mas não é para ficar parado na marcação”. À Nação, bom apetite.
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