Quatro dias após a tragédia que matou dez jogadores da base, entre 14 e 16 anos, o Flamengo voltou a abrir as portas do Ninho do Urubu para a imprensa, e o primeiro atleta a falar sobre o desastre foi Diego, que não conteve a emoção. Com o clima pesado, ele busca forças para continuar sendo inspiração para os meninos que se formam no Rubro-Negro e todos os outros que jogarão pelo clube.
Com esse pensamento, o camisa 10 revelou ter pego o telefone de Cauan Emanuel, o primeiro dos feridos a receber alta, durante a visita no hospital na segunda-feira. Ele se emocionou ao lembrar da conversa com o garoto.
"Peguei o telefone do Cauan, mandei a nossa foto e ele enviou uma dele comemorando e falou: 'Conhece essa comemoração? Eu me inspiro em você... (começa a chorar)... então, temos que seguir para sermos inspirações", contou Diego, que tem um sobrinho na base do Flamengo, mas que não fica no alojamento. "Ele joga no sub-14, então tinha amigos no alojamento. Podia estar ali também. Enfim, temos uma ligação e um respeito muito grande", disse.
CLÁSSICO ESPECIAL
Apesar de toda a dor que o elenco está sentindo, Diego avalia que é preciso disputar o Fla-Flu de amanhã. Mesmo com o time abalado, o meia quer honrar a memória dos dez meninos.
"A emoção vai vir. Vamos carregar com a gente para sempre. As pessoas têm que entender que quando estivermos no treino ou jogo vamos sorrir, mas não vamos deixar de lembrar. O clima é difícil para nós e todos os brasileiros, mas quando entrarmos em campo temos que fazer o que eles fariam, que é competir e honrar esta camisa", afirmou o camisa 10.