O rubro-negro Roberto Vieira de Almeida conversa, com dificuldade, com uma enfermeira no Hospital Miguel Couto, onde está internado desde abril - Venê Casagrande
O rubro-negro Roberto Vieira de Almeida conversa, com dificuldade, com uma enfermeira no Hospital Miguel Couto, onde está internado desde abrilVenê Casagrande
Por Venê Casagrande
Rio - Depois de seis meses de sofrimento e dias difíceis, a família de Roberto Vieira de Almeida, o torcedor do Flamengo de 54 anos que foi agredido por uruguaios horas antes da partida contra o Penãrol, dia 3 de abril, pela Libertadores, no Maracanã, está próximo de ter momentos de alegria. Um dos irmãos do rubro-negro, Rubens, briga há muito por uma transferência para Vitória, no Espírito Santo, cidade em que Roberto mora. Agora, essa conquista está mais perto do que nunca.

A reportagem do O DIA foi ao Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde Roberto está internado, para visitá-lo e conversar com alguns familiares. Rubens e Josias, irmãos da vítima, com muita alegria, contaram detalhes da transferência de Roberto para Vitória.

"Depois de seis meses de muita luta, idas e vindas, hoje (quarta-feira) abriu uma vaga no Hospital de Vitória para poder fazer essa transferência do Roberto. Estamos aguardando agora uma ambulância, através de amigos e deputados, que vêm nos ajudando. A vaga já está aberta e a qualquer momento podemos conseguir essa transferência", informou Rubens.



Há alguns dias, Roberto deixou o CTI e foi transferido para a enfermaria, fato muito comemorado pela equipe médica, que acompanha o rubro-negro desde o dia em que ele chegou ao hospital.

Uma das enfermeiras, ao ser questionada sobre Roberto, abriu o sorriso e, com lágrimas nos olhos, disse: "Esse é o meu preferido".

Em seguida, a profissional, ao ver que o rubro-negro estava acordando, perguntou: "Qual é o seu time?". Roberto, com muita dificuldade, respondeu: "Flamengo".
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Roberto Vieira de Almeida, torcedor do Flamengo agredido, segue internado no Hospital Miguel Couto, onde está desde abril - Venê Casagrande
Prejuízo financeiro e emocional:

Antes de ser covardemente agredido, Roberto trabalhava para uma empresa que organizava excursões em jogos do Flamengo. Como está ausente do serviço desde que foi internado, a família do rubro-negro estima um prejuízo de R$ 20 mil — mais R$ 9 mil com despesas para acompanhar Roberto no Rio.


"A gente acredita que o prejuízo financeiro seja algo em torno de R$ 20 mil, além dos nossos gastos para vir para o Rio, que chegam perto de R$ 9 mil", disse Rubens.

Além do gasto financeiro, também tem que levar em consideração o desgaste físico e emocional que a família de Roberto está encarando.

"Está sendo uma luta muito grande. É muito cansativo a gente ficar viajando e voltando. Temos muitos amigos que estão nos ajudando. Agora a gente está orando e esperando o momento de a ambulância estar à disposição para que possamos buscá-lo no Rio de Janeiro. A qualquer momento teremos essa conquista", concluiu.
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A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Miguel Couto. Através de e-mail, a resposta foi a seguinte:

- o paciente (Roberto Vieira) segue internado em enfermaria da unidade, com quadro estável e respirando espontaneamente;

- a vaga para transferência foi autorizada hoje (quarta-feira), às 17h, no Hospital Estadual Dório Silva, no Espírito Santo, Estado onde o paciente reside;

- o transporte interestadual, no entanto, não é um serviço previsto no contrato da Central de ambulâncias do município do Rio.