Desde que chegou ao Flamengo, Vitinho convive com o peso de ter custado R$ 45 milhões, o que deixa o jogador, torcedor confesso do clube, ansioso para mostrar serviço. O tempo passou, muitas críticas vieram, mas o 'sonho de moleque' serve de combustível para o atacante não desistir e continuar na saga para provar que vale o valor investido. Tudo bem que Vitinho não é titular na equipe de Jorge Jesus, mas é o quarto artilheiro do time na temporada, com oito gols. Aos poucos, o atacante vai buscando espaço e mostrando o seu valor. Com boas chances de conquistar o Brasileiro e a Libertadores da América, o camisa 11 foi entrevistado pelo Ataque. Durante os quase 30 minutos de bate-papo, ele mostrou personalidade e garantiu: "Todos vão ver que valeu muito a pena o Flamengo ter me contratado".
O DIA: Como você avalia o seu período no Flamengo até o momento?
Vitinho: "Eu acho que todos tinham um sentimento de que eu poderia chegar e dar um retorno rapidamente. Eu cheguei na expectativa de ir bem, mas no primeiro momento não rolou. Agora, eu tenho evoluído bem e acho que estou no caminho certo".
Chegar no meio de temporada atrapalhou o seu rendimento?
"Eu acho que sim. Eu estava em fim de temporada na Europa. Foi tudo muito intenso. Eu já cheguei jogando. A minha alegria era tanta que acabei atropelando etapas para jogar. No primeiro momento, eu não saí tão bem, mas acho que foi uma experiência para me deixar mais forte".
Você sentiu muito as críticas quando não estava correspondendo?
"A gente sente. Eu acabei levando para o lado pessoal, mas também serviu como combustível para eu continuar dando a volta por cima".
Você achou justo ser chamado de sem sangue?
"O meu momento não era bom. As pessoas vão querer, no momento ruim, achar algo para criticar. Tenho certeza de que essas coisas vão passar, tudo vai mudar e todos vão ver que valeu muito a pena o Flamengo ter me contratado. Esse é o meu desejo. Tudo vai se encaixar e todos nós seremos felizes".
Você faz um trabalho especial para deixar de ser introvertido?
"Eu tenho procurado estar mais focado e atento. O mais importante é deixar o meu jogo fluir e não me preocupar tanto com o resultado, o que pesou em muitos momentos. Eu ficava com muita vontade de fazer gol, dar assistência e ir bem, mas não conseguia e acabou me deixando frustrado e, consequentemente, o meu desempenho caiu. O Mister tem conversado comigo para não carregar essa pressão. Além disso, os familiares e amigos têm me ajudado bastante".
Quem é o jogador que mais te ajuda?
"Renê e Arão me ajudam muito. O Filipe Luís também... ele chegou agora, mas sempre fala para eu ir para cima porque sou f#@%. O Diego Alves, o Diego (Ribas), o Marí são outros que sempre vêm sorrindo e dizem que sou bom. Isso é muito gratificante. Muito bom viver com pessoas que querem o meu bem".
Você vê diferença da gestão passada para a atual?
"Eu acho que todos os caras que tiveram aqui no ano passado tentaram fazer o melhor, mas o que estão agora também. Na maior parte do tempo todos tentaram de tudo para conseguir sucesso, mas, analisando os números, vão achar que essa gestão é melhor. Não podemos tirar o prestígio dos outros e puxar saco dos que estão agora. Todos se esforçam ao máximo para nos ajudar".
Qual é a influência de Jesus e seu estafe na sua evolução?
"Ele é um cara impactante. Mudou o nosso jeito de pensar e o nosso comportamento em campo com as suas ideias. Ele mostra como pode ser diferente o futebol para nós. Todos que vieram com ele têm essa ideia. Ele têm um jeito intenso e os demais são atentos. São pessoas fantásticas. São caras que nos deixam bem para trabalhar diariamente e melhor fisicamente e psicologicamente. Os números são fantásticos e vamos até o final com ele".
É o melhor treinador com quem você já trabalhou?
"Ele trouxe um jeito diferente de ver o futebol. Os resultados mostram que é incrível. Eu nunca tinha vivido algo desse tipo. É difícil falar quem é o melhor, mas o que trouxe mais resultado é ele".
O que significará as conquistas do Brasileirão e da Libertadores?
"Vão ser importantes demais. São os títulos de mais expressão na minha carreira. Estão próximos".
