Mineirão - Divulgação
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Por ALYSSON CARDINALI

Um soco dado com a força da Nação rumo à eternidade na história do Flamengo. A trajetória de Anselmo no Rubro-Negro, obviamente, não se resume a isso, mas ficou marcada após a inusitada e hoje folclórica agressão do atacante a Mario Soto, no fim do terceiro jogo da decisão da Libertadores de 1981, contra o Cobreloa, em Montevidéu. O zagueiro chileno havia usado e abusado da violência na segunda partida da final, em Santiago, onde os donos da casa venceram por 1 a 0 na base da intimidação — Lico e Adílio foram as principais vítimas de Soto, que teria entrado em campo com uma pedra na mão.

A agressão a Mario Soto, quando o Flamengo já vencia por confortáveis 2 a 0 na capital uruguaia e caminhava rumo ao título continental, vingou a selvageria do adversário. Anselmo foi a campo aos 41 minutos do segundo tempo, no lugar de Nunes, apenas com a missão de tirar Soto da partida-desempate, na qual já havia cometido falta violenta em Tita. Cumpria ordem dada pelo técnico Carpeggiani. Levou Soto a nocaute e foi expulso juntamente com o zagueiro. Nascia ali o epíteto que marcaria a carreira do jogador: 'Anselmo Vingador'.

"Não me orgulho do que fiz e admito que aquele episódio até atrapalhou a minha carreira. Mas, se voltássemos no tempo e eu tivesse que fazer novamente, faria sem medo", revela Anselmo, sem arrependimento, após defender o Flamengo entre 1978 e 1982, disputar 37 jogos e fazer 11 gols como profissional. Se o duelo fosse hoje, porém, revela que pensaria duas vezes.

"Se fizesse aquilo hoje, prejudicaria o Flamengo, pois sofreria punição severa da Conmebol ou da Fifa, certo? E teria que arrumar outra coisa para fazer na vida, pois minha carreira acabaria", brinca o ex-jogador, que mora no Algarve, em Portugal, onde trabalha na administração de seis escolas de jardim de infância.

Anselmo - Arquivo pessoal

Ansiedade e confiança

Flamenguista de coração, Anselmo não esconde a ansiedade com o decisão de amanhã, contra o River Plate. "Será dia de roer as unhas", brinca, acrescentando que não vê favorito no duelo em Lima. "São duas equipes que vivem bom momento. O River Plate vem de duas finais de Libertadores (foi campeão em 2015 e 2018), mas o Flamengo está embalado. O meu nervosismo não abala a minha confiança na conquista do bicampeonato da Libertadores após 38 anos", acrescenta o Vingador rubro-negro.

Embora não arrisque um placar, Anselmo espera um jogo aberto, mas decidido nos detalhes, com um resultado apertado. "Pode acontecer de não ser um jogo duro, pegado, como geralmente acontece em confrontos que envolvem brasileiros e argentinos. Será um ótimo espetáculo e com o Flamengo campeão", frisa. Anselmo deixa um recado para os comandados do técnico Jorge Jesus. "A hora é essa. É o momento de superar qualquer dificuldade, pensar só no jogo e deixar tudo dentro do campo para levar a taça para casa", avisa o ex-atacante.

 

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