Eduardo Bandeira de Mello - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Eduardo Bandeira de MelloRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por Venê Casagrande
A tragédia no Ninho do Urubu completará um ano no próximo sábado, e as investigações ainda estão em andamento. Ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, é um dos indicados na Polícia Civil do Rio de Janeiro em inquérito que investiga as causas do incêndio no Centro de Treinamento. Em contato com a reportagem do jornal O Dia, o ex-mandatário garantiu que não se sente culpado.
"Obviamente, não."
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VEJA ABAIXO OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:
O que você sente quando é apontado com um dos responsáveis pela tragédia no Ninho?
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"Na realidade, eu não fui apontado como culpado por ninguém. A única coisa que aconteceu foi quando saiu aquele primeiro relatório com os indiciados, mas isso daí foi analisado pelo Ministério Público, que devolveu já duas vezes. De lá para cá, não aconteceu mais nenhum tipo de problema e estamos aguardando as conclusões das investigações. Fora isso, ninguém nunca me apontou como responsável pela tragédia."
Como está a sua situação em relação ao processo neste momento?
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"Foi o que expliquei anteriormente. Estamos aguardando a conclusão das investigações e depois a decisão do Ministério Público. Sempre, claro, respeitando a decisão da Justiça e com muita confiança que não existe nada que possa me considerar culpada. Na minha visão, o pior nessa situação toda foi a tragédia. O pior foi perder as crianças, que eu convivia. Todo mundo sabe do apreço que eu sentia pelo futebol de base. Perder os meninos foi a pior coisa que aconteceu. Isso se sobrepõe a qualquer acusação."
Como você avalia a condução da gestão atual em relação aos familiares dos jovens?
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"Como eu não estou participando das negociações, eu não posso tecer considerações de maneira definitiva, pois não sei o que está acontecendo. Eu acho que o Flamengo deve encontrar uma solução. Eu agora sou torcedor e torço para isso chegar ao fim. Não é solidariedade, mas é para preservar a imagem de clube cidadão que o Flamengo tanto custou a conquistar. Não podemos jogar fora, é uma questão de responsabilidade social. Mas pode ser que a atual gestão esteja tratando disso e se conseguir resolver, eu vou aplaudir."
O Flamengo recebeu notificações e 31 multas no CT enquanto o senhor era o presidente? O Flamengo poderia ter feito algo para prevenir o acidente?
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"Na realidade, enquanto eu era presidente chegaram sete autoincriminações e nenhum deles relacionados ao alojamento dos meninos. Era relativo à licença dos bombeiros. Nunca chegou a mim e a ninguém dos escalões superiores da administração do clube. Então, vocês mesmos da imprensa frequentaram o CT, durante um ano e meio, sem saber que ele estaria, teoricamente, interditado. Então, essa questão não faz muito sentido."
Se você fosse o atual presidente, você acha que já teria resolvido as questões das indenizações?
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"Eu torço para tudo se resolver. Sou torcedor agora. Apenas torcedor."
Muitas famílias reclamam da forma que o Flamengo está conduzindo a situação. Como ex-presidente do clube, quer sugerir algumas ações para tentar "diminuir" a dor dos familiares?
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"A melhor coisa a fazer é tentar apressar o final das negociações e preservar a imagem de clube responsável."
Você vai estar no Maracanã no sábado, quando completa 1 ano da tragédia, e o Flamengo jogará contra o Madureira?
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"Eu tenho ido a todos os jogos e espero que consiga ir ao jogo no sábado também."