Publicado 25/02/2021 23:44
Em uma noite que ficará marcada com emoções e falhas de Hugo Souza, o Flamengo perdeu o São Paulo por 2 a 1, manteve o tabu de sem vencer o Tricolor paulista (já são nove jogos seguidos), mas mesmo assim conquistou o título do Campeonato Brasileiro 2020. O título foi para o Rubro-Negro porque o Internacional, outro clube que brigava pela taça, ficou no empate com Corinthians. Os gols foram marcados por Luciano e Pablo, pelo lado dos donos da casa, e Bruno Henrique descontou para a equipe carioca.
O primeiro tempo foi marcado por nervosismo, disputa no meio de campo e muitas faltas, sendo 32 no total. O São Paulo, com mudança na formação tática, entrou em campo com o time titular tendo três zagueiros pela primeira no Brasileirão 2020. A estratégia tricolor ficou evidente nos primeiros minutos de jogo: os dez jogadores de linha atrás do meio de campo e esperando um erro do Flamengo para tentar tirar proveito no contra-ataque.
O Rubro-Negro, como de costume, marcou sob pressão e tentava encurralar o adversário. Aos dez minutos, aconteceu o primeiro lance de perigo da equipe de Rogério Ceni. Arrascaeta cobrou escanteio na área, a bola desviou na primeira trave em Pablo e sobrou para Gabigol, que chutou e deu susto em Volpi. Na jogada seguinte, o goleiro tricolor fez grande defesa, mesmo com falta marcada pelo árbitro. Filipe Luis lançou na área, Gustavo Henrique cabeceou e obrigou o camisa 1 a se esticar todo, mesmo com Rodolpho Toski parando o lance.
Aos poucos, as equipes se soltaram, principalmente o São Paulo, que se arriscava mais ao ataque. Aos 18, o primeiro lance polêmico no jogo. Igor Vinícius recebeu na área, dividiu com Isla, caiu e pediu pênalti, mas o arbitro mandou seguir. Os atletas tricolores reclamavam enquanto Rodolpho Toski ouvia as instruções do árbitro de vídeo, mas nada marcou, o que gerou reclamação no banco de reservas do time paulista.
Depois desse lance, a partida voltou a ficar com baixo nível técnico e muito disputado no meio de campo. Daniel Alves, do São Paulo, e Gerson, do Flamengo, protagonizaram bons duelos no Morumbi. Quando o primeiro tempo caminhava para o fim, Everton Ribeiro derrubou Tchê Tchê na entrada da área, já nos acréscimos. Luciano, com muita categoria, bateu no contrapé de Hugo, que armou a barreira mal, e estufou a rede, aos 49 minutos. Gabigol não gostou do mole do goleiro e reclamou com o jovem arqueiro, que retrucou e o clima ficou quente.
Para a etapa final, Rogério Ceni não promoveu mudanças no time. Apostou nas orientações e deu certo nos minutos iniciais. Após cobrança de escanteio de Arrascaeta na área, Gustavo Henrique cabeceou para o meio da área, e Bruno Henrique desviou para dentro do gol. Festa dos jogadores, que comemoraram bastante no Morumbi. A alegria rubro-negra, entretanto, não durou por muito tempo. Aos 13, o São Paulo voltou a ficar na frente. Hugo saiu errado, Daniel Alves aproveitou a falha do goleiro e tocou para Pablo, que finalizou com tranquilidade. O atacante se emocionou com os companheiros.
Nesse momento, mesmo com a derrota, o Flamengo ainda conquistava o título. Isso porque, no Beira-Rio, o Internacional empatava em 0 a 0 com o Corinthians e não conseguia pontuação suficiente para ultrapassar o Rubro-Negro carioca. O tempo foi passando, e os nervos foram ficando à flor da pele.
Aos 20, Rogério Ceni foi forçado a fazer a primeira substituição no Flamengo: Gabigol sentiu dores musculares e pediu para sair. Pedro foi acionado em seu lugar. No primeiro lance do camisa 21, o Rubro-Negro quase empatou. O atacante brigou pela bola na direita, ficou com ela e cruzou na área. Bruno Henrique apareceu e cabeceou muito perto do gol, assustando Volpi.
Rogério Ceni sentiu que Isla e Diego estavam cansados em campo e sacou os dois jogadores. Matheuzinho e João Gomes entraram, respectivamente. O São Paulo, com vantagem no placar, administrava o resultado, que te dava vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Gabigol, com gelo na perna e sentado no banco de reservas, utilizava um celular para acompanhar o jogo do Internacional, que não conseguia fazer gol no Corinthians.
Com o passar dos minutos, a tensão aumentava. As partidas entre São Paulo e Flamengo e Internacional e Corinthians aconteciam de maneira quase que simultânea. Os organizadores da CBF começavam a arrumar o palco para os jogadores levantarem as taças ao mesmo tempo no Morumbi e no Beira Rio. Os Rubro-Negros sabiam que virar o placar era praticamente impossível. Fora das quatro linhas, os reservas e os dirigentes 'secavam' o Colorado.
Quando o jogo acabou no Morumbi, os jogadores do Flamengo correram para o celular para verificar um lance do Internacional, que havia acabado de fazer um gol, mas a jogada invalidada após verificação no VAR. A tensão continuou porque o jogo no Beira-Rio porque o árbitro deu mais um minuto. Mas chegou ao fim com a alegria rubro-negra.
Após o apito final, o goleiro Hugo, que falhou duas vezes no jogo, chorou nos braços de Diego Ribas. Em entrevista, o jovem goleiro deu entrevista, ainda emocionado, e falou sobre a conquista.
"É uma emoção muito grande. Esse título vai para o meu pai, que infelizmente não está mais aqui, mas foi uma pessoa que sempre me acompanhou."
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