Publicado 09/11/2021 10:30
Rio - Em sua despedida do grupo Globo, o repórter Marcos Uchôa recebeu homenagens e elogios de seus colegas de trabalho durante o 'Bem, Amigos' desta segunda-feira, além de ter revelado ser torcedor do Flamengo. O repórter também explicou o porquê de sua saída da televisão e seus hábitos durante seus 34 anos na emissora.
"Perdi a conta de quanta Olimpíadas nós já fizemos juntos… É uma história muito rica. Nós andamos juntos por esse mundo mas, como eu já disse no início, é uma das pessoas mais inteligentes e mais cultas que eu conheci na vida. Um dos textos mais brilhantes que eu já li, e não é de repórter não, e escrito a mão, ali na hora. É uma carreira brilhante", elogiou Galvão Bueno.
"Uchôa é aquele cara que o repórter quando está começando quer ser. É isso. Quando você sonha em ser repórter, você sonha em ser o Marcos Uchôa, sonha em ser o Tino Marcos, e assim, eu tive o privilégio e a honra de trabalhar com eles. É o cara que você quer ser", homenageou Eric Faria.
"Eu diria que o Uchôa é aquilo que todo repórter que começa na profissão devia assistir para aprender. Por isso levamos o Uchôa para o norte, nordeste, centro-oeste, para dezenas de emissoras do Brasil para dar palestras, conviver com os colegas jornalistas. E como ele é, além de muito competente, muito humilde, muito parceiro, companheiro, muito amigo da profissão. E não só isso, uma figura como ser humano, espetacular", disse o comentarista Marco Antônio Rodrigues ‘Bodão’.
"É uma pessoa boa de você conversar, seja na porta do hotel, seja antes do jogo. Mas o que eu fico curioso é, a gente ouve muito no futebol de ‘virar a chavinha’, você tem uma chavinha qualquer para virar. Porque é legal estar cobrindo a Olimpíada de Atlanta e estar em Jerusalém quando tem míssel caindo. Essa chavinha que eu acho que é muito bom, e para você deve ter sido, como pessoa, tal qual a experiência de viver fora, é muito enriquecedor e deve ser um prêmio para você", acrescentou Cléber Machado.
"Sou suspeito para falar pela amizade e pela relação que nós temos de muitos e muitos anos. Fiquei muito honrado, e acredito que o Zico também, quando ele disse agora a pouco que a última reportagem que ele fez foi exatamente sobre a dupla que eu fiz com o Zico. E ele dizendo que, para a satisfação dele foi a última reportagem que ele fez nessa carreira brilhante, espetacular, maravilhosa. É difícil não encontrar alguma pessoa que não tenha uma adoração, pelo o que ele foi como repórter e como amigo. Só desejo que ele possa desfrutar de tudo aquilo que ele está pensando na cabeça dele", completou o ex-atleta e ídolo do Flamengo, Júnior.
Depois do depoimento do ex-atleta Júnior, o narrador Galvão Bueno aproveitou para revelar o time do coração de Marcos Uchôa. O apresentador brincou sobre a última reportagem do jornalista no grupo Globo dizendo que ele estaria com uma camisa do Flamengo embaixo de seu uniforme.
"E agora podemos falar Júnior, que esse último trabalho com você e com o Zico, que, por baixo da camisa que ele estivesse usando lá, estava a camisa do Flamengo. Agora que ele parou já podemos falar", revelou o narrador.
"O Zico e o Júnior eram do meu tempo de arquibancada, meu tempo de torcedor apaixonado", acrescentou Marcos Uchôa.
Marcos Uchôa também falou sobre um 'mito' de que ele leu um livro durante uma partida interrompida que estava cobrindo em campo. O repórter explicou que realmente lia enquanto a bola estava parada, para a surpresa de Galvão Bueno, que disse ter aprendido isso apenas hoje, depois de 34 anos de trabalho.
"Eu leio sempre, estou sempre com livros, e, na verdade, isso não foi um jogo interrompido. Eu sempre li durante o jogo. Porque, gente, vamos falar sério, falta na entrada da área: entre a falta e bater a falta, quanto tempo demora? Mais de um minuto mole, eu sabia o que tinha acontecido na falta. Jogador que finge que se machucou, aí entra massagista, médico, dá pra ler mais uma página mole. Então, 15 minutos no intervalo, tá o narrador falando com o comentarista, o que eu estou fazendo: eu estou lendo", explicou o repórter.
Marcos Uchôa também foi mais a fundo para explicar o porquê do encerramento de sua carreira de repórter. O jornalista afirmou achar que este é o momento certo para sair e que escreverá um livro, e também disse que está a procura de uma nova carreira mas que ainda não sabe dizer qual é.
"O que eu acho é o seguinte: jornalista gosta de novidade. Isso é uma coisa muito clara para mim, a novidade, como o Cléber falou, tem em todos os lugares, todo tipo de reportagem, todo tipo de assunto, desde o lugar mais humilde até um lugar como um G8, um G20, uma Olimpíada. Mas é claro que uma reportagem no bairro pode ser muito interessante. Só que, nesses 38 anos de jornalismo, de certa maneira eu já fiz um pouco de tudo. Realmente de tudo. E eu queria uma novidade", explicou o repórter.
"Então não há uma insatisfação com o que eu faço e que eu adoro fazer, não é querer mais. E querer mais do mesmo eu achei que já estava bom. Então, aconteceram coisas… durante a Covid eu trabalhei basicamente no ‘Fantástico' e foi um ano e meio incrível de trabalhar de casa, o que eu achei que seria impossível. E encerrei com essa reportagem incrível com o Zico e com o Júnior, então eu falei: ‘olha, não pode ter nada melhor’", continuou o jornalista.
"É o momento de tentar algo diferente, e eu quero tentar algo diferente, e eu não sei o que será de diferente. Claro, mais tempo com a família, com os amigos, mas é buscar uma carreira nova, e ainda estou pensando o que vai ser", completou Marcos Uchôa.
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