Rio - Medo. Esse é o sentimento que tomou conta dos jogadores do Fluminense depois do protesto violento promovido por cerca de 15 torcedores na quinta-feira, no Aeroporto Santos Dumont. A derrota para a Chapecoense instalou de vez a crise nas Laranjeiras e a solução encontrada foi sair da própria casa para escapar de uma nova represália por parte de facções organizadas.

Para ter um pouco de tranquilidade, o jeito foi se mudar para a Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), na Urca, onde o que não falta é silêncio e segurança. Poucos torcedores se atreveram a comparecer no local, mas não passaram da porta do Forte São João. O treino deste sábado também será no quartel. Em caso de derrota para o Sport, a estada poderá ser prorrogada.
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Fred e companhia trabalharam firmemente, mas o medo de protestos ainda é uma realidade.
“Jogaremos sabendo que se perdermos será tão difícil quanto na chegada ao Rio. Estamos com medo. Querem cobrar, mas que seja dentro do campo. Partir para a violência é errado”, disse Walter.
A apreensão ainda é reflexo do tenso desembarque, no qual os jogadores foram encurralados no terminal de carga e descarga e o ônibus com a delegação contou com escolta da PM para deixar o aeroporto. Jean, que dava carona a Bruno e Conca, se arriscou e teve o carro avariado.
A ideia de boicote levantada por Fred foi derrubada pela diretoria, que repudiou a atitude dos torcedores. O departamento jurídico abriu uma investigação para identificar os vândalos. Se comprovada a presença de associados no lamentável episódio de quinta-feira, eles correm o risco de exclusão do quadro social. Com essa medida, a diretoria reforça o apoio ao grupo e ao técnico Cristóvão Borges, que continuará mesmo em caso de tropeço. Fora do G-4, o Flu não vence há quatro partidas.
“É preciso dar tranquilidade para o grupo trabalhar”, disse Mário Bittencourt, vice de futebol.
Principal alvo, Fred não saiu da trincheira. Calado, o capitão sabe que apenas gols e vitórias devolverão a paz.
Magno Alves e Neto mais próximos
Sem preencher a vaga de um atacante de velocidade no elenco com o fracasso da negociação envolvendo Wellington Nem, a diretoria do Fluminense apelou para um velho conhecido da torcida e está perto de anunciar Magno Alves, de 38 anos. O jogador do Ceará quer voltar ao Rio e encerrar a carreira no Tricolor, que ofereceu contrato até 2016. Além de Magno Alves, o clube conversa com o zagueiro Neto, sem chances no Santos.
“Interessam e abrimos negociação. Não vou dar detalhes porque está em andamento”, confirmou Mário Bittencourt.
Para trazer os dois, o Flu não conta com a Unimed, que reduziu o investimento em 2014. A falta de dinheiro da patrocinadora tem complicado as conversas para renovar com jogadores como Carlinhos, Cavalieri e Gum.
“Os atletas estão ansiosos. Já houve conversas, mas não tem essa aflição de achar que está afetando o desempenho. É uma situação tranquila para nós”, disse Bittencourt.